Facebook desacelera desenvolvimento de produtos para “revisões de reputação”
Companhia busca entender como suas plataformas podem afetar crianças e prejudicar ainda mais a imagem do negócio
Os vazamentos e o testemunho de Frances Haugen no senado dos EUA continua a afetar o Facebook. Nesta quarta-feira (6), o Wall Street Journal reporta que a companhia de Mark Zuckerberg vai reduzir a velocidade do desenvolvimento de grande parte de seus produtos para conduzir uma “revisão de reputação” geral, uma que envolve grupos de funcionários analisarem o potencial de dano que cada item pode infligir à reputação do negócio.
O WSJ aponta que o trabalho dos “revisores” é sobretudo de entender como cada um dos produtos existentes da empresa pode gerar efeitos negativos em crianças e aumentar as críticas sobre o Facebook. O movimento acontece no dia seguinte à primeira declaração de Zuckerberg acerca dos vazamentos, quando o CEO comentou em seu perfil na rede social que pediu a líderes da companhia para fazer avaliações profundas em torno de todo o trabalho tocado no ecossistema virtual para aumentar a transparência do Facebook com o público.
A situação é crítica para o Facebook no momento. Além do apagão da última segunda-feira (4) ter levantado todo tipo de questionamento sobre a centralidade dos negócios da empresa no dia a dia da população global, as declarações e dados apresentados por Haugen aumentaram o escrutínio da companhia como um lugar de incentivo a discursos de ódio e de preferência pelo lucro sobre a segurança, com a ex-funcionária verbalizando que o Facebook não está “disposto a investir o que realmente precisa ser investido” para evitar todas as questões perigosas que a cercam.
Junto da revisão interna, outro efeito maior dos vazamentos até o momento é a paralisação do desenvolvimento de uma versão infantil do Instagram, anunciada no fim de setembro e na esteira da divulgação de relatórios internos do Facebook que apontavam os efeitos negativos da plataforma de fotos e vídeos para jovens mulheres e suas relações com o corpo. Desde então, o Facebook segue na defesa de que os dados reportados são exagerados, mas até o momento não foi capaz de rebater as informações com informações.
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