Supreme, seu logo e o problema de registro da marca
Marca do hype tentou de diversas formas registrar seu nome e logotipo, mas tribunais dos Estados Unidos e Europa continuam negando a patente
O outfit montado com peças da Supreme vale muito, e por isso mesmo os consumidores da marca são os primeiros a mostrarem descontentamento com o grande número de roupas criadas à semelhança das originais. Mas além desse tipo de réplica não ser novidade, a Supreme em si não pode fazer nada a respeito, simplesmente porque ela não é uma marca registrada e, portanto, não possui nenhum direito de propriedade intelectual.
A empresa que produz a Supreme tentou de diversas formas registrar o icônico logotipo da faixa vermelha com a palavra Supreme, mas seus pedidos foram negados duas vezes pela União Europeia e muitas outras vezes nos Estados Unidos.
A questão com o registro da Supreme envolve vários aspectos. O primeiro é que as decisões contrárias alegam “problemas na descrição da marca”. Isso porque é impossível registrar palavras que indicam a qualidade do produto, como “Supreme”, “Best” ou “Original”. Entende-se que nomes que lembram uma característica que o fabricante quer associar ao seu produto podem levar a uma posição injusta no mercado, por isso a lei proíbe o registro.
O segundo ponto diz respeito à “falta de caráter distintivo da marca”, uma referência à estética da mesma. De acordo com os tribunais, o logotipo da caixa vermelha não representa nada de diferente para a marca. O mesmo vale para a cor vermelha e o uso da fonte Futura, inventada por Paul Renner entre 1927 e 1930.
Por fim, a própria estética da Supreme não é inovadora. A marca hype não foi a primeira a usar essa mesma fonte Futura em branco sobre uma faixa vermelha. A artista feminista Barbara Kruger já utilizou disso na década de 1980.
Tudo isso, porém, não tem prejudicando a marca. A Supreme lança regularmente coleções e peças colaborativas que são vendidas a preços altíssimos. Um sucesso (e lucro) que deve fazer James Jebbia
, fundador da marca e criador do logo, pouco ligar para as questões de patentes.
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