Teclados poderão em breve identificar primeiros sinais do mal de Parkinson
Sistema ajudará a reconhecer sinais da doença através de intervalos na digitação
Hoje os teclados já são capazes – com ajuda de um sistema de machine learning- de aprimorar a digitação ou até mesmo prever quais palavras serão digitadas. A tecnologia evoluiu ao ponto de hoje ser possível analisar o estado emocional de uma pessoa simplesmente pela forma como ela digita. Agora, pesquisadores da Universidade Charles Sturt, na Austrália, têm uma nova idéia: usar os vestígios da digitação de uma pessoa para procurar por sinais precoces da doença de Parkinson
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Os pesquisadores da Charles Sturt desenvolveram um software que, para ajudar a identificar os primeiros sinais da doença, monitora o intervalo entre as digitações em um teclado. O resultado é transformado em uma medida da frequência do tremor das mãos. Nos testes, o sistema conseguiu identificar corretamente pacientes com Parkinson leve, apresentando uma precisão de 78%.
De acordo com os pesquisadores, a escolha pelo teclado para desenvolver o projeto é pelo fato de a maioria das pessoas fazer uso de um. Seja em um tablet, num computador ou num celular, o mundo de hoje exige que praticamente todos nós digitemos regularmente. Por isso, o estudo baseado na digitação seria facilitado por não ter a necessidade de utilizar equipamentos adicionais.
O sistema também poderá, com o tempo, ajudar os pacientes e seus médicos a monitorarem o avanço do tratamento na doença, utilizando os registros para analisar uma redução ou aumento no intervalo entre as digitações.
O mal de Parkinson é um distúrbio cerebral neurodegenerativo progressivo, que causa uma série de sintomas psicológicos e físicos. A doença de Parkinson mais avançada é perceptível pelas características físicas, como tremores involuntários. No entanto, pode ser difícil identificá-lo antes que esses sintomas se manifestem.
Isso se torna um problema porque esse período que precede o diagnóstico é um momento crucial para os pacientes. Até o momento do diagnóstico, 70% dos neurônios dopaminérgicos do cérebro podem já estar em uma situação irreversível. Hoje, não há uma cura para o Mal de Parkinson, apesar de haver muitas pesquisas sobre medicamentos que poderiam retardar ou interromper a progressão da doença. Para que esses medicamentos sejam eficazes, a intervenção precoce é de extrema importância.
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