HBO deve se tornar uma nova Netflix nos próximos anos, afirma executivo da AT&T
Novo supervisor do canal indica que o futuro da marca está mais próximo da dinâmica atual da gigante do streaming
A HBO está no caminho para se tornar uma nova Netflix. Isso pelo menos é o que afirma John Stankey, executivo da AT&T que em conversa com o The New York Times revelou parte dos planos da empresa com o canal após a sua compra, prevista no acordo de aquisição da Warner Bros. e de todas as suas subsidiárias
pela companhia de telecomunicações.
Ao jornal, Stankey – que será o novo supervisor do canal à partir da efetivação da fusão entre as duas empresas – diz que o que a nova dona da HBO precisa com a emissora são “horas ao dia. Não são horas por semana, não são horas ao mês. Nós precisamos de horas ao dia. Você está competindo com dispositivos que ficam nas mãos das pessoas e ganham suas atenções a cada quinze minutos.”. Se a declaração é um tanto bombástica, a justificativa dada pelo empresário consegue ser ainda mais assustadora: “Eu quero mais horas de engajamento. Por que mais horas de engajamento é importante? Porque você consegue mais dados e informações sobre o que o cliente que a partir disso permite que você faça coisas como monetizar à partir de modelos alternativos de publicidade e de assinatura, o que eu acredito ser muito importante para o mundo de amanhã”.
Os planos dos novos donos com o canal surgem, claro, para fazer frente à Netflix, cujo modelo de negócios extremamente agressivo vem superando com tranquilidade a alta margem de lucro da HBO. Como o New York Times bem coloca, embora a receita da emissora vem rendendo dividendos anuais de quase seis bilhões de dólares com um investimento de cerca de dois bilhões, o serviço de streaming prevê um rendimento de até oito bilhões até o fim de 2018.
É esta barreira que a AT&T pelo visto planeja ultrapassar nos próximos anos, com a óbvia preocupação de não perder no processo o selo de qualidade normalmente atribuído a suas produções. “Você ganha uma dinâmica com sua base de consumidores tão forte que quando você lança um novo conteúdo as pessoas vão consumir simplesmente porque elas acreditam que você vai colocar algo na frente delas que elas talvez curtam.” afirma Stankey sobre isso; “Nós agora precisamos descobrir como expandir esta abertura sem perder a qualidade”.
Ainda que as movimentações previstas para o canal façam parte de toda uma mudança de cenário na indústria cultural estadunidense, as declarações dadas pelo executivo vem gerando polêmica nas redes sociais. A principal reclamação, claro, é o que muitos vem classificando como a “netflixzação” da HBO, já que o canal foi um dos grandes pilares para a transformação da TV americana como conhecemos há mais de 20 anos.
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