GLAAD critica falta de representação LGBTQ+ nos filmes da DC e do Marvel Studios
“Mulher-Maravilha” e “Thor: Ragnarok” são citados no relatório anual da organização como maus exemplos de representatividade queer
A GLAAD (Aliança Gay e Lésbica Contra Difamação), divulgou recentemente seu tradicional relatório anual sobre a representação da comunidade LGBTQ+ no cinema. Entre um ou outro dado novo, o sexto Índice de Responsabilidade do Estúdio acabou se destacando pelas críticas severas que fez aos filmes do Marvel Studios e às produções da DC Comics da Warner Bros., cujas tentativas de incluir personagens não-héteros na telona foram sabotadas pelo consequente ocultamento de suas identidades sexuais nas histórias.
“Houveram diversos filmes em anos recentes que apagaram a identidade queer de um personagem conforme ele foi transposto das páginas para a tela” afirma o documento liberado pela entidade, que cita dois longas recém-lançados e bem-sucedidos do gênero de super-heróis como grandes exemplos desta tendência: “Em 2017, ‘Thor: Ragnarok’ e ‘Mulher-Maravilha’ incluíram personagens que eram queer no material de origem, mas não colocaram qualquer coisa que confirmasse na telona este traço de suas identidades. Isto deve mudar nos próximos tempos”.
Os personagens citados pelo relatório no caso são a Valquíria de Tessa Thompson e a tribo das amazonas, heroínas inspiradas respectivamente na mitologia grega e nórdica que em diversas ocasiões foram retratadas nos quadrinhos como lésbicas ou bissexuais. Suas versões propostas em “Thor: Ragnarok” e “Mulher-Maravilha”, porém, passam longe de acenar para esta característica em qualquer momento de suas histórias.
O Índice de Responsabilidade do Estúdio, porém, não foi feito só de críticas ao gênero de super-heróis. Entre os bons exemplos de representatividade LGBTQ+, o documento da GLAAD chama a atenção para a importância histórica da recente continuação de “Deadpool” por conta de sua inclusão de um casal abertamente lésbico na sua trama – no caso, as x-men Yukio (Shioli Kutsuna) e Negasonic Teenage Warhead (Brianna Hildebrand), que surgem no filme afirmando estar um relacionamento sério perante o protagonista em determinado momento da trama.
“Ainda que produções de ampla distribuição deste ano como ‘Com Amor, Simon’, ‘Aniquilação’, ‘Não Vai Dar’ e o relacionamento de Yukio e Negasonic em ‘Deadpool 2’ tenham elevado o nível das imagens LGBTQ+, os estúdios ainda precisam fazer mais para garantir que as histórias e personagens LGBTQ+ sejam incluídas de maneira justa e precisa.” explica Megan Townsend, diretora de pesquisa e análise do entretenimento na GLAAD; “Nós esperamos que estes filmes sejam o começo de uma tendência crescente de progresso sustentável, e não apenas um blip no radar do próximo IRE.”.
O relatório da GLAAD está disponível na íntegra no site da organização, que você pode acessar aqui
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