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Google proíbe serviços de fianças de anunciar em sua plataforma

Empresa decidiu pela banimento para ajudar a proteger comunidades mais pobres e combater crise do sistema presidiário nos Estados Unidos

por Pedro Strazza

Em tempos onde a curadoria de conteúdo está se tornando uma questão cada vez mais fundamental às redes sociais, o Google está tentando lidar com um problema um pouco parecido em seu espaço para a publicidade. A empresa do Vale do Silício anunciou essa semana que irá banir todos os anúncios de empresas que prestam serviços de compra e venda de fianças nos Estados Unidos, numa tentativa de impedir que o seu público das comunidades “de cor e de baixa renda” sejam oprimidas indiretamente por sua plataforma.

A medida foi divulgada oficialmente em uma postagem no blog da companhia, que justifica a ação como um comprometimento do Google em proteger seus usuários “de produtos enganosos ou danosos”. O post cita estudos que comprovam como serviços do tipo tiram seu lucro daqueles em condições mais difíceis nos momentos mais vulneráveis por meio de ofertas que endividam os devedores por meses e anos. Em declaração para o blog, a diretora executiva da Essie Justice Group Gina Clayton afirma que este “é o maior passo que qualquer corporação já deu em benefício de milhões de mulheres cujos amados estão em presídios e cadeias do outro lado do país [os Estados Unidos]”.

Há quem critique a decisão como um ato de censura por parte da empresa, limitando o que é anunciado em sua plataforma à partir de questões de comportamento muito relativas, mas o anúncio no geral foi muito bem recebido por diversas organizações e instituições que buscam derrubar as injustiças seguidas do sistema prisional estadunidense, uma indústria que se alimenta destes negócios de compra e venda de fiança. Ao ArsTechnica, Rashad Robinson, diretor executivo do Color of Change

 (um dos times de advogados que vem pedindo ao Google e outras plataformas por medidas do tipo), afirma que o banimento destes serviços dos meios da empresa é “encorajadora” em um tempo no qual diversas redes estão sendo responsabilizadas por seus papéis na crise do sistema presidiário estadunidense. “Nós esperamos que esta decisão ajude outras corporações a tomar medidas proativas de cortar relações com a indústria de fianças e a encerrar os incentivos que alimentam o encarceramento em massa” declara o advogado.

O Google afirma que estas medidas devem começar a ser postas em práticas à partir de julho deste ano.

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