The New York Times faz anúncio pedindo para que leitores procurem por mais jornais (menos a Fox News, é claro)
Ação publicitária é parte de campanha feita pela UNESCO para comemorar o Dia Mundial da Liberdade da Imprensa
O The New York Times publicou na edição de hoje de seu jornal um anúncio de página inteira pedindo que os seus fiéis leitores leiam, ouçam e assistam outros veículos jornalísticos além dele. A ação é parte da campanha do Dia Mundial da Liberdade da Imprensa promovido pela UNESCO, um movimento em que diversos entidades da imprensa se unem para mostrar aos leitores a importância do ecossistema de notícias na reportagem e debate dos fatos. É o que diz o mote, inclusive: “Leia mais. Ouça mais. Entenda mais. Tudo começa com a imprensa livre.”.
Até aí tudo bem, muito bacana o esforço e tudo que o cerca, mas no caso do The New York Times surgiu uma peculiaridade um tanto engraçada no anúncio. Apesar do jornal ter de fato seguido à risca a ideia de pedir para que se leia de tudo – incluindo aí o The National Review, tradicional veículo conservador da indústria midiática estadunidense – a Fox News não é recomendada como item de leitura pelo veículo. Vê se você encontra o canal na reprodução do anúncio abaixo:
É um tanto bizarra a ausência. Não dá pra dizer que o jornal foi preconceituoso com canais de TV (a MSNBC e a CNN são mencionadas) ou com os meios de direita (de novo, o National Review está presente), mas o anúncio mesmo assim dá aquela ignorada básica no veículo que é dos mais radicais em seus posicionamentos conservadores.
Há uma explicação razoável que explica esta ausência em específico, porém. Por ser uma campanha da UNESCO, a ação envolve a recomendação de todos as organizações jornalísticas que toparam participar da comemoração, e a Fox News simplesmente não resolveu participar da peça. A empresa inclusive não é citada na página com todos os 36 veículos alinhados com a campanha, como você pode ver aqui
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Fica a dúvida, porém, do que diabos fez a Fox e seus executivos não quererem participar do projeto da UNESCO, ainda mais porque todos os outros principais jornais estadunidenses toparam entrar de cabeça no projeto – algo que por sua vez só deixa mais engraçado a “pontada” acidental dada pelo The New York Times
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