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Sindicato de atores de Hollywood cria medidas para proteger membros de deepfakes
Entidade está tomando ações jurídicas para impedir que qualquer um de seus atores e atrizes seja afetado pela tecnologia no futuro
O sindicato de atores de Hollywood anunciou hoje que está com um olhar vigilante sobre os deepfakes, os famosos vídeos que imprimem os rostos de celebridades em corpos de outras pessoas. Em declaração publicada na edição mais recente da revista oficial da entidade, a presidente da SAG-AFTRA Gabrielle Carteris escreveu que a organização está “observando atentamente o desenvolvimento dos chamados deepfakes” e que irá tomar ações caso a tecnologia venha a afetar a carreira de algum de seus membros.
“Esta ferramenta da inteligência artificial tem a habilidade de roubar nossas imagens e as sobrepor no corpo de outra pessoa em formas digitais potencialmente desagradáveis. A SAG-AFTRA está focada nestes processos emergentes e lutará contra quando esta tecnologia infringir algum dos direitos de nossos membros” continua a presidente na carta, declarando apoio a qualquer ator ou atriz que faça parte do sindicato e venha a sofrer com estes vídeos nos próximos meses.
Para quem está chegando agora, os deepfakes constituem de pequenos vídeos programados por inteligência artificial onde o rosto de uma pessoa é photoshopado no corpo de outra, de forma a parecer que a primeira pessoa está performando ações que na verdade nunca realizou. Em sua forma mais inocente, o deepfake pode ser usado para fins puramente cômicos (a exemplo do Nicolas Cage que enfim se tornou o Superman), mas em tempos recentes a tecnologia também foi usada para a pornografia, com vídeos mostrando atrizes como Gal Gadot e Emma Watson em situações sexuais vexaminosas à suas figuras. A presença cada vez maior dessas publicações que gerou uma onda de banimento destas produções por parte dos sites que serviam de base para sua disseminação, como o PornHub, o Twitter e o Reddit.
Ao Deadline
, um porta-voz do SAG-AFTRA afirmou que o sindicato está enfrentando o tema em muitas frentes, incluindo no campo da lei. “Nós estamos conversando sobre o assunto com nossos membros representantes, aliados de união e legisladores estaduais e federais neste exato momento, além de termos legislação pendente em Nova Iorque e Louisiana que aborda isto diretamente em determinadas circunstâncias” diz a declaração oficial, que continua afirmando que a organização “quer proteger nossos membros do uso não autorizado de suas pessoas, incluindo réplicas digitais, propagandas, produtos, merchandising, marcas, fake news, filmes, games ou pornografia”.
Resta saber agora até que ponto o sindicato irá para proteger seus membros deste novo tipo de ataque. Como qualquer outra coisa presente na internet, os deepfakes são intermináveis e difíceis de se limar por completo do meio virtual.
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