Exército dos EUA pretende desenvolver uma IA capaz de reconhecer rostos na escuridão e através de paredes

Um grupo de cientista do Laboratório de Pesquisa do Exército americano (ARL) divulgou recentemente ao público um documento que detalha os planos de desenvolvimento de uma máquina capaz de identificar rostos através de paredes e no meio da escuridão pela entidade, que pretende também usar como base deste software um programa de inteligência artificial.

Esta pelo menos é a meta final do Exército com o projeto, que a princípio encontra-se em estágios iniciais de concepção. Escrito e publicado na internet pelos cientistas membros da ARL Benjamin S. Riggan, Nathaniel J. Short e Shuowen Hu, o documento de nove páginas apresenta os esforços dos militares do país em conseguir elaborar um método capaz de conciliar a tecnologia de reconhecimento facial com as imagens tiradas por meio de escaneamento térmico.

O desafio maior na hora de conceber um aparato capaz deste tipo de ação, afinal, reside exatamente nesta união de tecnologias, porque de resto os procedimentos são relativamente simples. Com grande parte dos veículos armados das forças militares possuindo algum tipo de scanner térmico, a tecnologia de reconhecimento facial pode ser aplicada depois da captação destas imagens, tanto sob a lógica pós-operação quanto durante a missão com os resultados sendo trocados e relacionados por diferentes computadores localizados em espaços distintos. O importante é que a rede neural saiba como ler estas imagens e relacioná-las a uma galeria de rostos do arquivo militar.

O projeto é muito novo, mas a equipe liderada por Riggan, Short e Hu já está conseguindo fazer a IA identificar rostos presentes em uma pequena base de dados nas imagens termais obtidas. As próximas fases de desenvolvimento do projeto incluem aumentar a base de dados do programa e também melhorar o processo de identificação facial realizado pela inteligência artificial.

Em publicação lançada no site oficial, o departamento de relações públicas do Exército deixa claro que esta tecnologia está sendo desenvolvida para ajudar os soldados em ação a identificar o inimigo em linhas de ação adversas, como ambientes sem luz ou recintos completamente fechados, mas ao mesmo tempo não é muito difícil imaginar este futuro software de inteligência artificial vazando para outras entidades de segurança dos Estados Unidos e passando a ser utilizada rotineiramente na vigilância da sociedade – ou pior, caindo no mercado negro e sendo adquirido por organizações terroristas para tornar ainda mais apurado a localização de suas vítimas em potencial. Sem dúvida há muito com o que se preocupar em relação à existência de um programa do tipo.

Você pode conferir o documento na íntegra – e em inglês – aqui

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