SXSW 2018: Tecnologia a serviço da humanidade
Palestrantes do evento apontam caminhos positivos para novas ferramentas como o VR e as inteligências artificiais
Comecei meu quinto dia de SXSW vendo duas conversas aparentemente díspares que no final fizeram muito sentido juntas.
A primeira foi com três cientistas americanas que falaram sobre a necessidade de democratizar o acesso a inteligência artificial em três perspectivas:
- Origens de dados: como as IAs aprendem a partir de dados disponíveis no sistema, a gente precisa tirar o viés das origens de dados. Megan Smith, que já foi CTO dos Estados Unidos, mostrou uma leitura feita via IA de todos os roteiros dos filmes da Disney. Adivinha quem fala mais? Os meninos. Se as IAs aprendessem sobre os dados do mundo de hoje, teríamos um sistema que continuaria a dar mais espaço aos homens,
- Aplicação a serviço de “aumentar o número de pessoas” que de substituí-las. Chefe do laboratório de IA da Universidade de Stanford, Fei-Fei Li fez este ponto, que por coincidência foi repetido por Ray Kurzweil, futurologista do Google e da Singularity University, numa palestra ocorrida pouco tempo depois.
- Uso de IA nas ciências humanas, como sociologia, psicologia e ciências políticas.
Enquanto isso, usar a tecnologia de realidade virtual pra sensibilizar pessoas é o que faz Nonny de la Peña, documentarista que também é conhecida como “Madrinha do VR” no meio. Sua empresa, a Emblematic Group, trabalha com o uso de VR desde bem antes do lançamento dos headsets industrializados e usa esta tecnologia para sensibilizar pessoas sobre assuntos como o racismo, o abuso de poder e o aborto.
É muito bom ver que o SXSW continua provocando um olhar positivo e, acima de tudo, um olhar humanista sobre o uso da tecnologia.
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