Participação da mulher negra na publicidade brasileira aumentou em 2017, mas ainda com destaque para celebridades
Comunidade LGBT e pessoas com algum tipo de deficiência seguem “invisíveis” na propaganda
Pelo quinto ano consecutivo, a Heads Propaganda realiza a pesquisa “TODXS?”, que funciona como uma análise da representatividade na publicidade brasileira. O destaque para os resultados referentes a 2017 vai para o aumento da participação da mulher negra em campanhas de TV.
Em 2015, apenas 1% das mulheres em comerciais eram negras. Em 2016, 13%, e agora em 2017, 21%. O número ainda é baixo, e dentro dele, 69% dessas protagonistas negras são celebridades, mostrando que ainda há um longo caminho a ser percorrido até que a mulher negra fora dos holofotes seja mesmo representada.
Quando analisados sob a ótica do empoderamento, os comerciais que “empoderam ao quebrar estereótipos” chegaram a 31% do total e superam as campanhas que reforçaram estereótipos de gênero. Número ainda longe do ideal, mas superior aos 12% registrados em 2015 e aos 25% em 2016.
Já os comerciais que reforçam estereótipos de gêneros são 18%, mesmo percentual do período anterior.
Entre os homens, 87% dos protagonistas são brancos, o que mostra que a situação dos homens negros dentro da publicidade brasileira continua estagnada em apenas 7%, mesmo número dos anos anteriores.
Comunidade LGBT e pessoas com deficiência
Embora reúna milhões de pessoas em todo o Brasil, o grupo formado por pessoas com algum tipo de deficiência ainda é invisível para a publicidade brasileira. De acordo com o estudo, somente 0,12% dos 2.451 comerciais de TV analisados tinham entre os personagens alguém com algum tipo de deficiência. Ou seja, três entre todos.
A mesma invisibilidade vale para a população LGBT, com apenas 0,33% da mesma representada em elencos de campanhas, o que significa apenas oito comerciais entre os quase três mil analisados.
Campanhas digitais
Além da televisão, 142 marcas de 24 segmentos diferentes foram analisadas no Facebook
, revelando que o quadro geral não é muito diferente. Entre as protagonistas mulheres, apenas 16% são negras, um resultado menor que da TV.
Já entre os homens, 19% dos protagonistas são negros, índice maior que os 11% de um ano atrás, mas ainda distante do ideal. Os brancos somam 72% de brancos.
Na rede social, 18% dos posts “empoderam ao quebrar estereótipos”, enquanto outros 6% reforçam estereótipos de gêneros. Já 73% são considerados neutros. O número elevado se justifica pela característica das redes de muitos posts com produtos, objetos em geral ou animações.
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