Obra em realidade aumentada do Snapchat é “vandalizada”
Escultura de Jeff Koons foi pichada como forma de protesto contra ocupação privada do espaço público virtual
Há alguns dias, o Snapchat anunciou em seu aplicativo um projeto de arte virtual a ser apreciado por realidade aumentada em diferentes cantos do globo. Partindo de nove esculturas digitais do renomado Jeff Koons, a proposta da empresa era a de usar as famosas instalações do escultor norte-americano – e, depois, de outros artistas – para dar uso à recentemente implantada ferramenta de AR da rede social e unir seus usuários enquanto comunidade, tudo isso à partir da arte.
A ideia tem lá seu charme mas não foi de agrado a todos, e entre os insatisfeitos há o artista e ativista Sebastian Errazuriz, que achou um jeito curioso de manifestar seu desconforto com o projeto da empresa: menos de 24 horas depois da implementação das estátuas, a escultura digital do cachorro de balão metálico de Koons posta no Central Park foi preenchida por diversos graffitis.
A intervenção de Errazuriz sobre o trabalho virtual de Koons e do Snapchat, segundo ele, foi feita em defesa do espaço público virtual. Em entrevista ao Co.Design, o artista afirma que a ação do Snapchat faz parte de um movimento das grandes corporações para ocupar este ambiente à partir da realidade aumentada, já que o espaço virtual não tem qualquer regulamentação pública proposta e é quase uma terra de ninguém. Para ele, essa ocupação do ambiente virtual pela realidade aumentada é perigosa pois as pessoas podem passar a serem vigiadas e manipuladas pelas empresas, comprando e assistindo materiais que elas não necessariamente gostariam de ver e ter – ele inclusive pede por maior participação popular na ocupação do espaço virtual, de uma forma parecida com a que as pessoas tomam os espaços públicos físicos para si.
O ativista chegou a publicar um vídeo explicando sua visão e os males dessa ação do Snapchat em sua conta no Instagram:
Para “vandalizar” a escultura, Errazuriz e sua equipe primeiro usaram do app de realidade aumentada CrossLab
(fundada e gerida pelo próprio ativista) para criar uma versão com as mesmas dimensões do balão de cachorro virtual e depois a colocaram na mesma geotag da original, fazendo com que o celular dos usuários captasse a “sua” obra antes da de Koons. Confira o resultado da intervenção sobre a outra intervenção abaixo:
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