Twitter se recusa a intervir nas provocações de Trump contra a Coréia do Norte

A rede social preferida do Presidente dos Estados Unidos, anunciou que não irá deletar os tweets provocativos de Trump contra a Coréia do Norte por serem de interesse público.

Enquanto o Ministro Norte Coreano de Relações Exteriores discursava na Assembleia Geral da ONU, o Presidente Trump publicou em seu Twitter:

Apenas ouça o Ministro de Relações Exteriores da Coréia falar nas Nações Unidas. Se ele ecoar os pensamentos do Pequeno Homem Foguete (em referência à Kim Jong-un, governante da Coréia do Norte), eles não estarão mais por aqui”.

Há tempos a melhor rede tem sido pressionada para tomar providências contra as afirmações xenofóbicas, racistas e machistas de Trump, as quais ferem diretamente a política de uso do Twitter.

Em depoimento a empresa, dos agora 280 carácteres, disse:

Nós mantemos a mesma regra para todas as contas. E avaliamos uma série de fatores ao definir os tweets que as violam. Entre eles o “interesse público” e se trata-se de uma “notícia”. Essa tem sido uma política interna e em breve atualizaremos nossa política de uso para refletir isso. O Twitter está comprometido com a transparência e o dever de manter as pessoas informadas sobre o que acontece no mundo. E continuaremos a nos guiar por esses princípios”.

Outro detalhe capaz de tornar o cenário ainda mais complexo, é que dada sua posição Trump tem acesso à POTUS (President of The United States) Twitter Account, ou seja, uma conta presidencial de uso exclusivo.

Mas acima de todas essas questões é preciso lembrar que um dos maiores pilares da cultura norte americana, se não o maior deles, é a liberdade de expressão, garantida pela 1ª Emenda.

Essa mesma emenda que permite aos integrantes de movimentos como Black Lives Matter marchar em protesto ao racismo, permitiu que Neonazistas portando tochas, também tivessem suas vozes ouvidas em Charlottesville, endossados pelo próprio presidente. Sendo assim, exigir que o Twitter delete a conta do Trump seria evitar a propagação do discurso de ódio e até possíveis conflitos internacionais ou apenas censura?

Não existem respostas simples ou binárias, para cada argumento a favor existem dezenas contra e o oposto também é verdadeiro. O que sabemos é que no final do dia, de muitos que ainda virão até o término de seu mandato, Trump continuará como Presidente dos Estados Unidos, eleito democraticamente, e se atente a essa última palavra: democraticamente. O que significa que uma parcela considerável de pessoas deseja ouvir o que ele tem dizer e compactuam da mesma visão de mundo.

Agora resta torcer para que, em um futuro próximo, não esteja escrito nos livros de história que a 3ª Guerra Mundial começou por um Tweet.