Vamos direto ao assunto? São inúmeros os painéis comandados por mulheres no SXSW. De questões de tecnologia complexas, passando pela industria audiovisual, cinema, aplicativos de relacionamento, até a pornô e robótica. A mulherada está representando, e ensinando, neste último caso, os homens, a como criar e recriar coisas, áreas, movimentos, conteúdos… Tudo a partir de uma lógica muito simples: não só discutindo a ocupação desses espaços, mas criando os nossos próprios espaços. (Calma, amigo, fica aqui mais um pouquinho porque esse texto, logicamente, é pra você também).
Quer insights pra criar um app de sucesso? Pergunte para Whitney Wolf, fundadora do Bumble, aplicativo de relacionamento que cria conexões a partir da ótica feminina e hoje conta com mais de 10 milhões em sua rede. É o app que mais cresce no mundo!
Ele surge para criar um ambiente seguro e confortável para que as mulheres possam se relacionar e está destruindo sozinho a forma como as pessoas se conectam on e offline. O primeiro passo? Sempre dado por elas. São as mulheres que iniciam qualquer tipo de contato no aplicativo. A rede cresceu de tal forma que hoje se expande para negócios onde mulheres indicam, recomendam e empoderam outras mulheres e já possui frentes como o BumbleBFF (sim, amigaaaas!) e o BumbleBizz (negócios, né mores).
O futuro? Qualquer coisa que potencialize seu propósito: cafés, coworkings, espaços físicos compartilhados por mulheres para conectar mulheres. O sucesso, Whitney atribui a uma empresa 90% feminina, focada no seu propósito e suas pessoas, sem perder tempo com o que não importa e, como ela mesma disse:
Parar de reagir e começar a responder”
Se o seu interesse caminha para o audiovisual, conteúdo, narrativas, vale muito conhecer a Film Fatales, uma comunidade global de diretoras de cinema e televisão. O que a gente pode aprender aqui além de uma aula sobre estas disciplinas em si é que, para que qualquer coisa aconteça de forma exponencial, há que se quebrar o modelo e fazer um novo ou, no mínimo, subverter a lógica.
Hoje qualquer um pode replicar seu produto, mas ninguém pode replicar sua marca
Film Fatales aborda a paridade (sim, 50% homens, 50% mulheres!) na indústria do audiovisual. Mas como chegar nesse número tão alto se hoje as mulheres correspondem a apenas 4% do total de Diretores na indústria cinematográfica americana, por exemplo? Onde para cada 24 (v i n t e e quatro!) homens diretores você tem UMA mulher? Espera uma vida inteira? Não. Vai lá e cria uma organização onde as mulheres produzem toda a cadeia, ocupam todos os cargos e criam um modelo de negócio replicável para qualquer cidade no mundo. E, claro, chegam em Austin com uma lista de 9 filmes na bagagem pra apresentar no evento.
Segundo elas, “Austin tem uma comunidade de tricô e é o lar de muitos diretores de grandes nomes. Os Austin Fatales são essenciais para impulsionar a voz feminina nesta grande cidade”. Simples assim. Quase tão simples quanto ajudar a economia do seu país conhecendo a variação de preço do supermercado da esquina da sua casa, como dizem alguns especialistas no Brasil.
Eu poderia ficar horas aqui ampliando essa lista de exemplos com o que está rolando não só aqui, mas no Brasil também. Vou me focar nos compilados mais importantes de tudo que tenho ouvido de muitas mulheres inspiradoras que passam pelo evento, incluindo as brasileiras que estão arrebentando. Sabe o que todas têm em comum na fala? Achar que não poderiam fazer o primeiro movimento.
Ouvir de muita gente que “ela era melhor e mais inteligente do que parecia, de fato” ou o porquê “quer passar mesmo por tudo isso enquanto poderia ficar em casar e não “se estressar com essas coisas”. Realmente, quando você é mulher e desafia o que está aí, muitas vezes o que você escuta é um “não”. A grande diferença é que o presente e futuro feminino é construído pelas mulheres que usam esse não como um catalisador para as suas ações.
Como disse Whitney Wolf, “muitas de nós cresceu ouvindo dos pais que deveriam se casar com um cara legal, bem sucedido, o CEO de uma grande empresa”. Desculpa. Não. Nós vamos ser as CEOs dessa grande empresa. Afinal, é maravilhoso quando estamos executando um trabalho, mas é melhor ainda quando estamos decidindo o trabalho.
E sabe por que falamos tanto que o futuro é feminino? Porque você precisa se preparar agora. Esse futuro já começou e está bem aqui na sua frente. Hoje qualquer um pode replicar seu produto, ninguém pode replicar sua marca. E as mulheres estão fazendo diferença hoje nas empresas mais inovadoras do mundo. Então, que marca você quer deixar?
Espera que não acabou. Segue a lista de filmes dirigidos por Film Fatales no SXSW Film 2017:
“The Archer”, de Valerie Weiss
“I Am Another You”, de Nanfu Wang
“Fits and Starts”, de Laura Terruso
“Inheritance”, de Laura E. Davis e Jessica Kaye
“La Barracuda”, co-dirigido por Julia Halperin
“Lemon”, de Janicza Bravo
“MFA”, de Natalia Leite
“The Light of the Moon”, de Jessica M. Thompson
“The Strange Ones”, co-dirigido por Lauren Wolkstein
Obs: texto dedicado a Dona Lorena e Eliza (avós) e Denise (mãe). As mulheres que sempre me ensinaram a ser CEO da minha vida e das minhas escolhas, acima de qualquer coisa.
—
Esse conteúdo é oferecimento da Apex-Brasil, que divulgará durante o SXSW 2017 a campanha Be Brasil, uma narrativa envolvente que promove um Brasil confiável, inovador, criativo e estratégico no mundo dos negócios. Saiba mais em www.bebrasil.com.br/pt
Comentários
Sua voz importa aqui no B9! Convidamos você a compartilhar suas opiniões e experiências na seção de comentários abaixo. Antes de mergulhar na conversa, por favor, dê uma olhada nas nossas Regras de Conduta para garantir que nosso espaço continue sendo acolhedor e respeitoso para todos.