SXSW 2017: O segredo é dar protagonismo ao que de fato importa
Mudar o contexto que vivemos simplesmente mudando o foco
É bem difícil definir o SXSW. É um festival de tecnologia? De criatividade? De música ou filmes? Me parece que essas definições restrigem muito o que rola por aqui. Talvez uma das melhores maneiras de entender o SXSW é a seguinte: se um assunto está alinhado com o espírito do tempo, ele está em Austin.
É um festival de contemporaneidade, do Zeitgeist. Isso significa que o conteúdo que rola por aqui, desde palestras até bandas, estão alinhadas ao contexto que vivemos. O festival respira as discussões mais relevantes hoje.
E uma palavra me chamou a atenção: protagonismo. Parece que dar a devida importância a alguns temas tem sido uma tônica desse zeitgeist que vivemos. De diferentes ângulos e viéses, esse termo não saiu da minha cabeça.
Por exemplo: Como a indústria do conteúdo deve se preparar para contar uma história para o usuário quando falamos de realidade virtual? Há décadas ele foi conduzido pelo diretor, roteirista ou jornalista a passivamente consumir o conteúdo. Eles sempre escolheram o melhor ângulo, posição da câmera, corte, viés da história. Mas e quando o consumidor pode escolher o caminho que deve percorrer? Quando ele toma as rédeas da história e decide se vai olhar para A ou B?
O zeitgest está pedindo. E o SXSW está escutando.
É um modelo novo de criação de conteúdo que pressupõe tantas possibilidades que já estão comparando documentários imersivos à complexidade das histórias de games. É um novo tipo de narrativa, focada no ser humano, dando protagonismo para ele. Será que estamos prontos, criadores e consumidores de conteúdo, para essa mudança?
Em Austin, falar de mudança é uma constante. Por isso uma empreendedora percebeu que uma mudança era necessária: apps de relacionamento emulam a sociedade que viemos onde se uma mulher toma a iniciativa, ela será julgada. Para transformar isso, criou o Bumble, uma rede social onde somente as mulheres podem tomar a iniciativa de falar com homens. Dando protagonismo para elas, a empreendedora começou a ressignificar o campo semântico de como deve ser um começo de relacionamento.
E, por fim, um painel brilhante de um grupo de brasileiros nos ensinou que transformar a maneira como a indústria de beleza vende um produto pode ser bom para a marca e para a sociedade. A Avon, em parceria com a consultoria Think Eva, mostrou seu case onde estampou pessoas reais, de verdade, trans, negros e gays para vender um BB Cream. Transformaram radicalmente a ideia de público alvo e deram protagonismo a quem era invisível. E no final das contas, ainda tiveram números expressivos de resultados.
É ou não a hora de dar protagonismo ao que de fato importa? Mudar o foco? O zeitgest está pedindo. E o SXSW está escutando.
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Esse conteúdo é oferecimento da Apex-Brasil, que divulgará durante o SXSW 2017 a campanha Be Brasil, uma narrativa envolvente que promove um Brasil confiável, inovador, criativo e estratégico no mundo dos negócios. Saiba mais em www.bebrasil.com.br/pt
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