SXSW 2017: Desmistificando o Watson, a inteligência artificial da IBM
Painel explicou como a famosa AI funciona e desconstruiu alguns mitos sobre o seu uso
No segundo dia do SXSW, após aprender que 30 minutos não é antecedência suficiente para se chegar a um painel que se quer assistir no evento, entrei na fila da apresentação “Mythbusters: How IBM Watson ‘Really Works’” duas horas antes do seu início. Só assim consegui um lugar na sala para ver Rob High, vice presidente e chefe de tecnologia do projeto Watson, um dos mais avançados (e famosos) serviços de inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) da atualidade, desmistificar alguns rumores sobre a tecnologia e detalhar as suas capacidades — que evoluíram bastante desde que ele venceu humanos no Jeopardy, em 2011. Spoilers: não, ele não foi criado para dominar a humanidade. Ainda, ao menos.
O Watson trata-se de um computador cognitivo que entende expressões humanas, sejam elas textuais, verbais ou visuais. Não só isso, ele também consegue compreender a intenção e qual o contexto do problema que lhe está sendo endereçado, reconhecer padrões a partir de exemplos de feedbacks e interagir com humanos de uma forma bastante natural.
Conforme High explicou, essas habilidades são possíveis pelo fato do interpretador de tom de voz do Watson realizar análises psicolinguísticas (que trata da conexão entre linguagem e mente), emocionais e de linguagem daqueles com quem interage. Assim, ao “ouvir” uma pessoa, ele consegue detectar percentuais de raiva, nojo, medo, tristeza e alegria (curiosamente, todos os personagens de “Divertidamente”, da Pixar) na sua voz, determinando o contexto das frases que registra.
Watson é apenas um serviço e cabe a nós pensarmos nas soluções para os problemas que queremos resolver
De forma semelhante, ele é capaz “ler” textos e traçar um perfil da personalidade de alguém que lhe escreve a partir da análise do vocabulário e das pontuações que foram utilizados — e, em breve, de acordo com High, suas habilidades analíticas serão expandidas para a interpretação de vídeos também.
O resultado é capacidade de se criar, a partir do uso dos recursos do Watson, sistemas computacionais muito mais empáticos, que respondem aos usuários da forma que eles precisam, dentro dos contextos específicos das suas solicitações.
Antes que o assunto começasse a ficar apocalíptico demais, o chefe de tecnologia da IBM resolveu quebrar alguns mitos que vêm sendo criados sobre o Watson.
MITO 1: O Watson só é usado por grandes empresas com capacidade para armazenar supercomputadores.
Na verdade, o computador cognitivo da IBM é um serviço de cloud e tem vários formatos de contrato em seu modelo de negócio, permitindo que companhias de portes diversos tenham acesso aos seus recursos — e até pessoas.
MITO 2: Somente super programadores com PhD conseguem criar aplicações usando o Watson e treiná-lo.
A tecnologia da IBM requer sim um conhecimento de programação, mas qualquer um com algum grau de conhecimento na área pode ser capaz de usá-lo — não necessitando ser um super gênio para isso.
MITO 3: O Watson quer dominar o mundo.
“Esse é verdade”, High brincou (será?). Na verdade, de acordo com o executivo, o “domínio” ao qual o computador cognitivo da IBM se propõe é o de ser utilizado de forma maciça, em diferentes segmentos, e despertar inúmeras oportunidades a partir das suas capacidades. Ou seja, nada de escravizar humanos por aí.
Ao final do painel, o executivo foi questionado sobre o uso do Watson para causas sociais e o que a IBM estaria planejando a respeito. High então explicou que o Watson é apenas um serviço e que cabe a nós, profissionais digitais, pensarmos nas soluções para os problemas que queremos resolver com ele — sempre com o máximo de responsabilidade possível.
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Esse conteúdo é oferecimento da Apex-Brasil, que divulgará durante o SXSW 2017 a campanha Be Brasil, uma narrativa envolvente que promove um Brasil confiável, inovador, criativo e estratégico no mundo dos negócios. Saiba mais em www.bebrasil.com.br/pt
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