Dália Negra ***
Eu não tenho vergonha de dizer: adoro “Missão Marte”. Por isso, estou longe de achar que Brian De Palma está há mais de uma década sem fazer um filme realmente bom.
Com Dália Negra, a expectativa era que o diretor eliminasse qualquer dúvida em relação ao seu passado recente, mas não foi desta vez que conseguiu.
Não que “Dália Negra” seja um filme ruim, está longe disso, mas parece muito mais uma homenagem ao noir, um exercício de estilo, do que uma história realmente bem contada. E o novo filme de Palma, tem um grande fator jogando contra: a genialidade de “Los Angeles: Cidade Proibida”, também baseado em um romance de James Ellroy, e suas atuações memoráveis.
“Dália Negra” guarda muitas semelhanças com “Los Angeles: Cidade Proibida”, mas nunca consegue decolar e envolver o espectador como fez o filme de Curtis Hanson. As subtramas são mais confusas do que interessantes, e pouco adicionam para tornar a reviravolta final digna de um suspiro esclarecedor. Para quem viu Russel Crowe como o policial Bud White e Kim Basinger como Lynn Bracken, o que sobra para Josh Hartnett e Scarlett Johansson? Quase nada.
Tudo isso faz de “Dália Negra” um filme apenas mediano, o que não combina nada com o frase que eu teria para dizer a Brian De Palma caso o encontrasse depois da sessão de cinema: “Porra cara, você é o motherfucking diretor de ‘Scarface’!” Palma vai trazer Al Capone de volta em uma sequência de os “Os Intocáveis”
em 2008, mas pra mim, só Tony Montana salva…
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