Projeto fotográfico “Favelagrafia” cria tipografia usando fotos tiradas nas favelas cariocas
Com um iPhone nas mãos, os moradores produziram fotos incríveis
A visão estereotipada das favelas do Rio de Janeiro é problemática: ela virou sinônimo de carência, tráfico e perigo. Para mudar essa visão, o projeto Favelagrafia, lançado como exposição na semana passada, colocou nas mãos dos moradores de várias favelas cariocas um iPhone e pediu que eles registrassem sua realidade.
Um morador de cada uma das comunidades do Alemão, Santa Marta, Prazeres, Rocinha, Babilônia, Mineira, Providência e Cantagalo tiraram fotos. O principal intuito é a busca por diferentes perspectivas daqueles que vêem o mundo do outro lado, retratando a realidade dos locais de forma verdadeira e pouco óbvia. As fotos foram tiradas desde junho deste ano.
Para divulgar o projeto, algumas das obras produzidas pelos moradores passaram por um tratamento de design gráfico, criando interessantes tipografias que futuramente estamparão cartazes, postais e camisetas. Você pode conferir algumas abaixo no topo do post e abaixo.
Grande parte do senso comum acredita que a fotografia é feita unicamente de belas paisagens, do que é perfeito, mas no projeto vemos que o inesperado, o concreto em contato e a periferia também podem ser belos e contar interessantes histórias.
Segundo Karina Abicalil, idealizadora do projeto junto com André Havt, inicialmente foi criado um perfil do Instagram do projeto que foi alimentado com as fotos a medida que elas iam sendo tiradas. Apenas agora foi criada a exposição, site e o livro. Aliado a isso, os moradores também estão fazendo um curso do Sebrae para desenvolverem mais suas habilidades fotográficas e a exposição pode ir até para fora do país.
Vale a pena conferir todas as fotos do projeto, que por sinal ficaram excelentes, no próprio site do Favelagrafia. Elas também estão expostas desde a semana passada e até o dia 4 de dezembro no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro e em um livro.
As agências NBS Rio+Rio e ISL foram responsáveis pela realização do projeto enquanto a agência Tundra Studies
ficou por conta das tipografias.
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