Marca pede que agência tire cadeirantes de ação publicitária. Agência tira cliente do vídeo.
Vídeo para o Dia dos Namorados agora vai ser bancado pelos leitores
Com o dia 12 de junho a menos de uma semana de acontecer, muitas marcas já terminam de acertar os últimos detalhes de ações publicitárias para o dia dos Namorados. Uma dessas ações, um vídeo pra ser mais preciso, iria ao ar no site Razões Para Acreditar, que também é uma agência de conteúdo. Mas a ação virou uma razão para não acreditar no mercado publicitário quando, na semana passada, o cliente pediu para retirar cadeirantes do vídeo.
O clipe seria um manifesto do amor com o título “Toda a forma de Amar”, mostrando casais reais e bastante diversos, incluindo heteros, gays, lésbicas, pessoas altas que namoram baixinhos, deficientes auditivos, cadeirantes e motoqueiros. Mas a ideia de mostrar cadeirantes não foi muito bem aceita com o cliente que inicialmente tinha concordado em apoiar o projeto. Ele disse que como gays e cadeirantes estão juntos “poderia sugerir que gays são deficientes” e pediu para cortar a parte em que dois casais de cadeirantes apareciam.
No lugar de editar o vídeo e aceitar cortar os dois casais de cadeirantes como pedido, os criadores do Razões Para Acreditar, Marcelo Sampaio e Vicente Carvalho, decidiram ir na direção contrária e deram tchau para o cliente e o dinheiro da marca. Eles rebatem a absurda conclusão do cliente dizendo que “inclusão é o caminho e o amor tem sim diversas formas” e falando que “acreditamos também na inteligência do nosso público em não fazer uma associação dessas, que é completamente infundada”.
Agora a dupla aposta nos leitores do site para finalizarem o vídeo usando crowdfunding. Veja abaixo o vídeo dos dois explicando o motivo da criação do financiamento coletivo e mostrando alguns dos casais no vídeo.
Em conversa com o B9, Marcelo Sampaio não revela o nome do cliente, mas diz que é “um grande player do mercado de venda de flores online”. Ele também diz que escolheu o crowdfunding como alternativa “porque decidimos fazer esse vídeo acontecer de qualquer forma” e que “falar de diversidade está na moda, e mostra que a marca se preocupa. Mas na hora de colocar o cadeirante no filme, temos problemas estéticos e mensagens subliminares”. Ele completa dizendo que o vídeo ainda pode receber apoio de outras empresas: “se alguma marca se interessar, estamos abertos”.
(Crédito das fotos no topo: Jennifer Glass / Bueno Filmes)
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