SxSW 2016: Música, dados e experiência
A discussão que rola para além da escolha do line up
Podemos observar nos últimos anos uma explosão de festivais de música no mundo todo. São (vários) dias com muitas atrações, mas principalmente, muita experiência – a palavra do momento quando falamos de grandes eventos.
Essa relação do que se tem a proporcionar com o que o fã quer assistir, interagir e, arrisco dizer, até viver, traz uma profundidade de elementos para serem analisados pelas áreas de Marketing dos grandes festivais. Aliás, Direção Artística, Marketing e Comunicação nunca estiveram que andar tão juntos no mundo da música. A escolha para além do line up passa a influenciar o posicionamento, imagem, marca e patrocinadores.
Como grandes aliados nessa história temos um mundo de dados que são gerados pelos próprios fãs. Os grandes festivais já têm hoje departamentos especializados em tratar essas informações, muito antes do início dos eventos. O objetivo é capturar o sentimento dos fãs, das próprias bandas e traçar estratégias que gerem retenção de patrocínio, melhorem a experiência do público e dos artistas.
Parece fácil, mas não é. “É preciso saber ponderar a passionalidade dos Millenials nas redes sociais – são os que mais geram informação – cruzar com dados demográficos, de business e até mesmo com dados de parceiros”, acrescenta Creighton Burke, VP de Insights e Planejamento, da AEG Live, durante painel sobre “Como os dados estão impactando a ascensão da música”, no SxSW.
Além da tecnologia, o que vai contar para a compra do próximo ingresso é a experiência vivida durante o evento
Nesse sentido, a tecnologia e as redes sociais são grandes aliadas. Você pode descobrir tendências de novas bandas a partir do hábito de consumo no Spotify, quando geolocalizado numa determinada região. Ou fazer uma experiência com realidade aumentada junto com uma banda para expandir a conversa com um público em renovação. Quem sabe até mesmo espalhar aplicativos com captura de dados em situações cotidianas dos fãs num evento, como descer na tirolesa do Rock in Rio
, por exemplo.
Para fazer isso girar, warooms de real time em redes sociais já foram adotados pelos grandes eventos, assim como o live de conteúdos, streamings, geração de leads e acompanhamento de conversas em tempo real. Ou seja, redes sociais e softwares caminham lado a lado. A questão não é mais criar novas conversas, mas entrar – com propósito – nas conversas que já estão acontecendo e manter a qualidade da informação que o fã precisa a todo tempo.
O fato é que todas essas frentes apontam para o desenvolvimento dos departamentos de Dados e Insights dentro dos grandes festivais. No fim das contas, vale sim espalhar robôs por todos os lados, fazer a melhor interação nas redes sociais, mas o que vai contar para a compra do próximo ingresso é a experiência vivida durante o evento.
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