Em 2013 os oficiais da cidade de Melbourne tiveram uma iniciativa interessante. Eles criaram um endereço de email específico para que seus cidadãos relatassem problemas com as árvores da cidade, como galhos grandes demais. Com isso, cada uma das árvores da cidade ganhou um identificador diferente, para poder rastrear exatamente onde estava o problema. Mas com o passar dos anos, os moradores de Melbourne enviaram muito mais do que relatos de problemas – eles passaram a conversar com as árvores.
A quantidade de emails recebidos no programa já ultrapassa a casa dos milhares e vão desde mensagens de amor pelas árvores, pedidos de conselhos a até dúvidas existenciais, políticas ou de biologia. O The Atlantic teve acesso a algumas delas, encaminhadas pelos oficiais da cidade – todas com remetentes anônimos, para proteger a privacidade deles.
Uma das mensagens pergunta para a árvore de ID 1058295 se ela está preocupada com a crise na Grécia – a resposta incluiu “Greece is not out of the woods yet, but may be out of the EU”, dentre outras observações. Outra, direcionada para a árvore com ID 1357982, pergunta se árvores tem gênero, e a resposta – para aquela espécie específica de árvore – foi de que ela tinha “flores perfeitas, que incluem ambos os gêneros na minha estrutura”.
Os responsáveis pelas respostas são os próprios funcionários do governo que coordenam o programa. Nem todas as mensagens são respondidas, mas eles mostram que já entraram no espírito da brincadeira. O objetivo inicial do programa era promover o engajamento dos cidadãos com a cidade e com o estado de conservação das árvores, algo que sem dúvida eles conseguiram.
Segundo dados do site oficial do programa, o Urban Forest Visual
, qualquer pessoa pode mandar uma mensagem para as mais de 60 mil árvores que estão nas fronteiras de Melbourne.
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