Monica Lewinsky, a primeira a lidar com – e felizmente sobreviver – o cyberbullying
O tipo de humilhação pública que Monica sofreu em 1998 de repente se tornou banal nos dias de hoje, e isso não é nem um pouco normal
Monica Lewinsky tinha 22 anos quando estampou capas de jornais do mundo todo por conta do seu affair com o então presidente Bill Clinton.
Um deslize de uma jovem adulta acabou com a sua reputação por uma vida inteira, mas recentemente ela percebeu que a sua história e a superação do caso podem ser utilizadas para ajudar a dar conscientizar sobre o quão danoso pode ser o cyberbullying.
Em sua apresentação no TED 2015, Monica conta quão difícil foi superar aquela fase, e se reconhece como provavelmente a primeira a sofrer cyberbulyling do jeito que o conhecemos hoje, com uma reputação sendo devassada pela mídia em questão de poucas horas ou dias, com alcance mundial.
Para ela, existe uma indústria que lucra com essa humilhação pública feita pela mídia. “Quanto mais vergonha, mais cliques. Quando mais cliques, mais dólares em publicidade”, ressaltou ela.
Em seus quase 23 minutos de apresentação, Monica usa a própria história para evidenciar o quão danoso – e o quão ameaçador para a própria vida, dado o tamanho do desespero que pode atingir a pessoa – o cyberbullying e o assédio digital podem ser, e pede que as pessoas se policiem para não inicia-lo ou incentivá-lo.
“A humilhação pública como um ‘esporte’ tem que acabar, e é hora de haver uma intervenção na internet e na nossa cultura”, pediu ela, relembrando casos como o de Tyler Clementi
, que não conseguiu superar a vergonha e acabou com a própria vida.
“Não é sobre apenas salvar a mim mesma. Qualquer um que estiver com vergonha ou estiver sofrendo com humilhação pública precisa saber uma coisa: você pode sobreviver”, clama Monica.
O auditório do TED, e eu por aqui, aplaudi de pé. Não são todas as pessoas que conseguem ter a tenacidade de Monica Lewinsky de contar algo tão pesado da própria história, e se empenhar em transformar isso em uma alavanca para mudanças.
Clap, clap, clap.
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