Brasileiros criam plataforma de inteligência musical
Participante do Startup & Makers Camp, Playax oferece dados sobre nossa cultura musical e ajuda no gerenciamento de direitos autorais
Imagine uma ferramenta capaz de “ouvir” simultaneamente milhares de rádios, TVs e sites, identificando automaticamente as músicas que estão tocando neste exato momento e, a partir destes dados, gerar relatórios e análises detalhadas sobre o artista, o público e a própria fonte emissora. Criada por brasileiros, a Playax é uma plataforma de inteligência musical que promete transformar o mercado da música como o conhecemos, seja do ponto de vista das oportunidades de negócio, seja no gerenciamento mais eficiente dos direitos autorais.
“A versão beta que colocamos no ar contém a infraestrutura básica da plataforma que já oferece informações que permitem, por exemplo, identificar as cidades com maior potencial para receber um show do artista e desenvolver ações promocionais diretas. Nossa meta é ativar esses dados para criar um marketplace que possa conectar o ecossistema da música, além de auxiliar no gerenciamento de direitos autorais. Queremos transformar a inteligência em ação e essa em oportunidades de receita para todos os envolvidos na cadeia produtiva”, explica Juliano Polimeno, que ao lado de Daniel Cukier é co-fundador da Playax.
No ar desde o final do ano passado, a plataforma tem sido utilizada por dezenas de músicos, alguns deles bastante conhecidos pelo público, como Ivan Lins, Fernanda Abreu, Jorge Vercillo e Frejat. A Playax, inclusive, foi uma das selecionadas para o programa Startup & Makers Camp na Campus Party Brasil. “Foi uma oportunidade para trocarmos experiências com outras startups e com o público, e obtermos diferentes feedbacks que pode nos ajudar a aprimorar a ferramenta”, diz Juliano.
A Playax desenvolveu uma tecnologia que agrega diferentes tipos de fontes de música, seja o streaming de uma rádio, vídeos na web ou o API de um site. “Todas as músicas que ‘passam’ por essas fontes são identificadas através de um algoritmo chamado ‘audio-fingerprint’ – similar ao de aplicativos como Shazam e SoundHound – que realiza o reconhecimento através das características acústicas da música”, explica Daniel.
Só para se ter uma ideia, atualmente a Playax é capaz de ouvir simultaneamente 5 mil rádios e webrádios, 40 canais de TV e 50 sites, identificando diariamente mais de 300 mil músicas. Até abril deste ano, o objetivo é chegar a 10 mil fontes emissoras, com uma média diária de 1 milhão de musicas identificadas. “Para se ter uma ideia, o sistema do Ecad, entidade responsável por arrecadar e distribuir direitos autorais no país, realiza a aferição de pouco mais de 400 rádios e identifica 630 músicas por dia”, explica Juliano.
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