Apple precisou aplacar fúria contra álbum opt-out do U2 com um site
Por que será que um álbum grátis precisou de uma ferramenta para ser excluído de iClouds de diversos usuários?
Durante o lançamento da sua nova geração de iPhones, a Apple fez algo inovador: lançou também o retorno do U2, com a estreia do álbum “Songs of Innocence”. A iniciativa custou meros 100 milhões de dólares para a empresa de Tim Cook, mas pecou em um detalhe: funcionava como um opt-out. Ou seja, os usuários já tinham o álbum nas suas bibliotecas, e precisariam removê-lo se não quisessem tê-lo em suas ‘prateleiras virtuais’.
Provavelmente o ‘é de graça, todo mundo vai querer’ pode ter ecoado, mas talvez o que não se tenha lembrado é a conexão intimista das pessoas com a música. O que será que significa para um aficionado por música ter o novo álbum do U2 em sua coleção?
Em uma relação bem rasa, seria como se uma pessoa que detesta funk tivesse que ter o álbum da Tati Quebra Barraco na sua lista de canções, ou se alguém que odeia sertanejo ‘ganhasse’ um álbum do César Menotti e Fabiano. É algo de enfurecer. E foi exatamente o que aconteceu com a Apple, que se viu pressionada a criar uma página que ensina o passo a passo para remover o álbum, novo e grátis, da sua lista de canções do iCloud.
A curadoria de uma playlist é algo importante para os fãs de música. Para alguns deles, ter o novo álbum do U2 em sua coleção era uma infâmia, e era preciso se mover para reparar o erro.
David Holmes, do Pando Daily, lembra que isso pode ser uma luz no fim do túnel para o cenário musical: não importa que a música se tornou tão commodity que a Apple está dando discos por aí. O que interessa mesmo é que aquela relação de identidade pessoal com a música permanece, mesmo que a linha de iPods clássicos esteja sendo descontinuada.
A curadoria de uma playlist ainda é algo importantíssimo para os fãs de música. E, para alguns deles, ter o novo álbum do U2 em sua coleção era uma infâmia tão grande que era preciso se mover para consertá-la.
E assim descobrimos que o primeiro álbum opt-out da história não foi bem recebido. Às vezes, as pessoas não querem algo nem de graça.
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