Comercial “impulável” no YouTube ameaça quem clicar no ‘Skip Ad’
O mais curioso é que a estratégia funciona, e esse vídeo conseguiu uma taxa de visualização de 26%
Você está lá, tranquilamente ouvindo uma playlist ou simplesmente tocando um vídeo, quando de repente alguém sai gritando na sua tela, ou o personagem do comercial quase que implora para você não clicar no ‘pular anúncio’ que aparece dentro de 5 míseros segundos (que, nessas situações, parecem uma eternidade).
Foi nessa vibe que a agência norte-americana Nail criou o que seria um anúncio “impulável” – o personagem do comercial “pluga” um cachorrinho no que seria o espaço do botão de ‘skip ad’ e sugere que, ao clica-lo, você vai eletrocutar o bichano.
Por pior que pareça a estratégia de ameaçar o webspectador, ela deu certo: a Nail conseguiu conquistar uma taxa de visualização de 26%, o que é uma métrica muito boa, ainda mais se considerarmos que vídeos desse tipo costumam ser pulados em 94% das vezes.
Felizmente, quem se sentiu coagido a continuar assistindo foi recompensado ao se descobrir fazendo uma boa ação – a agência se propôs a doar a mesma quantia que gastar com cada anúncio assistido para uma instituição de resgate de animais
. Isso, contudo, não mudou a minha impressão de que esse é um jeito ruim de convencer alguém a assistir o anúncio até o fim.
Outros comerciais do tipo também circulam pelo YouTube, gastando os primeiros 5 segundos sugerindo ou implorando que a audiência não pule aquele vídeo, como é o caso desse exemplo com Rodrigo Faro, da apresentação desse filme do Seth Rogen ou de comerciais no estilo ‘quer pagar quanto?’ como esse da Honda.
https://www.youtube.com/watch?v=rGt93l9WWvs
Esses segundos iniciais são mesmo importantes para prender a atenção do seu público, mas a própria descrição do vídeo da Nail manda a real: os anunciantes já sabem o que o webspectador vai assistir, o que eles acabaram de buscar no Google, de onde são, em que dispositivo estão assistindo aquele vídeo, e também sabem que o poder de pular aquele anúncio está a poucos segundos de distância. Será que não é possível fazer nada melhor do que um claro pedido de não clicar no ‘pular anúncio’ ou de ameaçar um filhotinho (ainda que a gente saiba que não, ele não vai ser eletrocutado de qualquer maneira)?
Nesse sentido, ainda acho mais bacana essa sátira do Burger King:
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