SXSW 2014: Design Thinking, muito se fala, pouco se faz
Transformando uma página em branco em uma ideia matadora
Muita gente hoje acredita e apóia as práticas de design thinking. No entanto, é ainda muito raro ver as pessoas aderindo efetivamente a esse tipo de método, uma vez que isso provoca mudanças em processo. E mudar dá trabalho.
Na sessão “Transformando uma página em branco em uma ideia matadora”,dois profissionais falaram do seu processo criativo: Matthew Diffee, um cartunista que trabalha sozinho, e JB Hopkins, um facilitador de sessões criativas em grupo.
Diffee é responsável pelas charges diárias do New York Times e conta que começa preenchendo uma folha em branco com mindmaps e listas aleatórias em forma de texto. Em seguida, uma seleção de ideias interessantes são rascunhadas diversas vezes até chegar em uma piada visual que valha a pena ser finalizada.
Já o facilitador JB Hopkins, que tem a função de mediar brainstorms, registra as discussões visualmente e organiza insights que atendam o objetivo principal da sessão. A partir de estímulos visuais (sem textos), nossa mente pode fazer diferentes leituras resultando em conexões mais variadas. Dessa forma aumentamos a chance de gerar mais ideias.
É curioso que um cartunista comece do texto para o visual, enquanto nas sessões em grupo o visual funcione melhor como estímulo inicial para então partir para as descrições em texto.
Em outras discussões no SXSW sobre processo criativo e design thinking, todos reforçam os clichês que muitas vezes deixamos de lado:
<li>Quantidade de ideias é melhor do que a qualidade delas, ao menos nas primeiras sessões</li>
Ter uma noção clara de “onde queremos chegar com esse brainstorm” ajuda a manter o foco da equipe, sem dar chance para aqueles momentos de silêncio
<li>Construir sobre ideias dos outros é essencial. Destruir críticas como o senhor supremo da verdade pode ter efeito devastador em processos de brainstorming.</li>
Um bom exemplo de design thinking é o próprio SXSW e sua infinidade de sessões. O comportamento de navegar entre diferentes palestras e iniciativas pode ser ampliado em qualquer lugar que você for para aprender algo novo.
Desde conversas sobre o perfil dos passageiros que um taxista atende ou assistir um filme de biologia marinha para discutir com o cara que leva os cachorros pra passear. Quanto mais inspirações e conversas rolarem, mais vasto será o seu repertório de informações. É exatamente nesse território que as inovações acontecem.
Dica que aprendi: ter uma noção clara de “onde queremos chegar com esse brainstorm” ajuda a manter o foco da equipe, sem dar chance para aqueles momentos de silêncio da galera, esperando pela ideia matadora.
A pergunta que não quer calar: provavelmente a maioria aqui conhece as regras para um bom brainstorm, como os exemplos citados. E por que deixamos de usar as ferramentas de design thinking em nossa rotina?
[Ilustração: Fernando Weno
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