O touro da Brahma
O CONAR, na semana passada, multou a Skol por mostrar a mulher como um produto (na prova absoluta que estamos copiando os americanos até na falta de senso de humor), então não deveria o mesmo órgão impedir que o filme da Brahma com o jogador Ronaldo fosse ao ar hoje a noite?
É um comercial que, no mínimo, glamouriza um tipo de tortura a animais que há muito é condenada em diversos países e por qualquer pessoa sensata. A pecha de “atividade cultural” ou “tradição” não serve mais de desculpa para que essa prática insana continue na Espanha.
Então, porque colocá-la no horário nobre brasileiro? País onde o simples ato de pegar um animal e colocá-lo em situação de estresse já caracteriza crueldade (Lei 9605, artigo 32).
Certas tradições devem ser mantidas, claro, mas se defendemos a evolução da sociedade e nos consideramos seres racionais, porque glamourizar a violência?
Porque continuar com a ridícula “farra do boi”, rodeios, touradas e atos de crueldade similares? Nunca soube de uma dessas práticas sem violência e, querer manter essas “tradições” em nome de uma cultura importada, é insistir em burlar a lei.
No Brasil, os rodeios passam por discussões, estão sendo proibidos em diversas cidades, mas os que ganham dinheiro com eles sempre vão dizer que não existem maus tratos. Já no caso das touradas, é um tanto quanto impossível alegar o mesmo, certo?
Se o CONAR é tão ético a ponto de tirar do ar comerciais com polêmicas abstratas, deveria agir quando a quebra de sua própria regulamentação é mais do que comprovada.
Para assistir a peça da Brahma, criada pela África, acesse aqui
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