Estudantes propõem nova utilidade para dispositivo de prevenção de colisões da Mercedes-Benz
Em filme escolar, grupo desagradou a marca ao usar seu produto para tentar alterar rumos da história
Todo mundo já se perguntou, em algum momento da vida, como uma decisão pode afetar os desdobramentos de uma história. Jan Mettler, Lydia Lohse e Tobias Haase são estudantes da Universidade de Ludwigsburg, na Alemanha, e ao se questionarem o que aconteceria se eles pudessem voltar no tempo e mudar a história, também quiseram explorar uma outra possibilidade:
“E se a tecnologia tivesse uma alma, uma consciência?”
É claro que, se não dá para fazer isso no mundo real, o jeito é aproveitar a oportunidade em um projeto estudantil para tentar encontrar algumas respostas. Foi o que eles fizeram em um comercial falso para um dispositivo de prevenção de colisões criado pela Mercedes-Benz.
Basicamente, o sistema detecta colisões em potencial antes que elas aconteçam, alertando o motorista. E é exatamente isso o que vemos nos segundos iniciais do filme acima, que se passa em uma vila, provavelmente entre o fim do século 19 e começo do século 20.
A primeira coisa que chama a atenção é um carro tão moderno em um cenário antiquado, uma vila com ruas de terra e crianças brincando despreocupadamente. Logo de cara, vemos que o sistema funciona super bem, ao evitar que o carro atropele algumas crianças. Segundos depois, entretanto, o carro acelera e atropela um menino, que estava apenas empinando uma pipa.
As cenas seguintes, com uma mãe desesperada gritando o nome do filho e uma placa na saída da vila identificando o lugar, acabam com o mistério, lembrando que o dispositivo da Mercedes-Benz funciona tão bem que é capaz de detectar o perigo antes que ele apareça.
É óbvio que a Mercedes não gostou de ter sua merca associada à ideia dos estudantes – que classificou de “inapropriada”. Segundo uma matéria publicada no jornal inglês The Independent, antes de divulgar o vídeo eles adicionaram um aviso logo no começo deixando bem claro que o comercial não tem absolutamente nenhuma afiliação com a Mercedes-Benz ou Daimler AG. O aviso dizendo que é um filme não-autorizado está presente ao longo de seus 80 segundos.
Houve quem achou o falso comercial de mau gosto e ponto final. Houve quem defendeu que a ideia é brilhante e que a Mercedes deveria estar agradecida pela publicidade gratuita. Mas será que este é o tipo de publicidade que quer uma marca que investe milhões de dólares anualmente para forjar sua imagem? E, em termos mais práticos, será que eliminar um único personagem realmente mudaria a história que conhecemos? Para pior ou para melhor?
A ideia é interessante, a produção é ótima – especialmente se lembrarmos que é um projeto estudantil. Mas acredito que projetos assim deixam mais perguntas do que respostas e isso é bom, porque nos faz pensar. E este filme já está dando muito o que pensar.
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