Dobras urbanas
Imagens distorcidas da paisagem urbana unem-se à música instrumental para dar origem a uma série de vídeos experimentais sobre a cidade
Somos urbanos. Mas enxergamos a cidade como um objeto plástico? Existe beleza em qualquer cidade? Maceió é uma cidade geralmente vendida por sua paisagem natural. Sim, as praias de Maceió são umas das mais lindas do Brasil. Mas apesar de pequena, com pouco mais de 1 milhão de habitantes Maceió também tem sua expressão urbana. Quem captou essa potencial estético foi Alice Jardim, arquiteta alagoana e artista audiovisual.
Em 2011, Alice produziu uma série de três vídeos com o sugestivo título “Dobra”. São imagens noturnas da cidade tornadas abstratas, que se dobram e desdobram na tela ao compasso de uma música instrumental.
O vídeo 01 começa com pontos de luz em movimento suave, à medida que a música se desenvolve e a intensidade aumenta, as imagens ganham definição. O segundo vídeo permanece abstrato até o fim, somente nos créditos é que o segredo das imagens é revelado, com uma breve filmagem da cidade. O último vídeo, talvez o mais psicodélico dos três, traz a perspectiva de quem dirige o carro em dia de chuva.
Ano passado, Alice criou outro vídeo que parece dar sequência à série Dobra. Mantendo a ideia de retratar a cidade por meio de imagens espelhadas, Alice lançou o vídeo Todavia. Só que esse traz imagens gravadas durante o dia, com cores tão vívidas quanto permite a iluminação tropical.
Na verdade foi esse vídeo que me deu a ideia de escrever o post. Eu acordei pensando em falar do trabalho da Alice aqui no B9, quando me deparei com o post “Mirror City: timelapse transforma paisagem urbana em caleidoscópio”. A ideia dos dois vídeos (“Todavia” e “MirrorCity”) é semelhante, mas o resultado completamente diverso.
O trabalho de Michael Shainblum, mostra metrópoles com prédios acinzentados, suas imagens lembram circuitos elétricos. Já Todavia capta uma cidade com telhados de barro, coloridas barracas de sol e um ritmo mais suave. “Todavia” foi o primeiro premiado do Festival Vivo Arte.Mov em 2012.
As trilhas sonoras são de bandas brasileiras que valem a pena conhecer: Constantina e Labirinto
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