Algumas vezes música não tem nada a ver com música
Mas tem a ver com fotografia, política, história e o desejo de mudar o mundo, como mostra a campanha da Rock Paper Photo
Esta semana, Annie Leibovitz esteve em Cannes para falar do papel do fotógrafo profissional (também tema do Braincast#68) e, mais especificamente, da campanha Disney Dream Portraits Series. Apesar de ter feito muita coisa bacana ao longo de mais de 40 anos na ativa – o que inclui tanto fotojornalismo quanto publicidade – parece que a maioria costuma se lembrar apenas de uma coisa: a derradeira foto de John Lennon nu, abraçado a Yoko Ono vestida, tirada no dia 8 de dezembro de 1980.
Se a data não chamou a atenção, foi neste dia em que, mais tarde, Lennon foi assassinado por Mark Chapman quando chegava ao edifício Dakota. Apesar de toda a história por trás desta imagem não ter nada a ver com mortes ou despedidas, foi assim que ela ficou conhecida. Segundo Annie, um caso claro em que as circunstâncias mudam o significado da fotografia.
Neste caso especificamente, a circunstância foi um chocante assassinato. Mas poderiam ser outras, como a repentina fama de um artista, as transformações políticas e históricas decorrentes de um determinado momento, em que o desejo de mudar o mundo se torna mais forte do que qualquer outra coisa. E a forte ligação da música e da fotografia com isso tudo.
É aí que chegamos à brilhante campanha impressa da Rock Paper Photo, feita pela Division of Labor. Sobre uma série de imagens incríveis do universo da música, frases que fazem a gente pensar: é isso. É exatamente isso. Porque, algumas vezes, realmente música não tem nada a ver com música. Tem a ver com muito mais coisas. E levanta uma questão muito importante:
Por que só constroem estátuas de caras montando cavalos?
Especialmente quando existe:
Zeus. Apollo. Poseidon. Townsend.
Se você curte música e fotografia, depois de conferir a campanha abaixo na íntegra, dê uma chegada ao site da Rock Paper Photo. A empresa, criada em 2010, tem por objetivo reunir em um único lugar um acervo de fotografias artísticas, seja na área de esportes, moda, cinema e artes performáticas. E claro, música – afinal, a RPP nasceu dentro da Live Nation, uma das maiores promotoras de shows no mundo. Além de criar uma ponte entre fotógrafos e público, também facilita a vida de colecionadores e apaixonados em geral.
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