First Impressions of TIM Festival 2005
A versão “light” do TIM Festival 2005 ontem em São Paulo fez uma mistura bizarra. Sou sempre aberto a conhecer novos sons, saio atrás de novas bandas e garimpo MP3’s por todos os cantos. Mas, tem coisas que não dá pra engolir.
O que é aquela M.I.A? O escroto funk carioca em inglês? Quem precisa disso? No Rio pelo menos dividiram os palcos, só foi agüentar os insuportáveis gritinhos agudos da cidadã quem realmente estivesse disposto. Agora, quem foi pra ver Kings Of Leon e Strokes não merecia essa.
E o tal Arcade Fire? O Lúcio Ribeiro fala, elogia, baba o ovo, diz que é a melhor banda dos últimos tempos. Eu sempre faço novas audições pra saber se perdi alguma coisa, mas a conclusão é sempre a mesma: “eles não são tudo isso”. Aliás, tem algumas músicas bem intragáveis. Não entendo todo o hype em cima desses canadenses. Ah, o Bono gosta, os caras do Coldplay já viram quatro vezes, o David Bowie recomendou no site. Dane-se, não muda nada. O Polyphonic Spree tem a mesma proposta e faz muito melhor com muito menos.
E o Kings Of Leon? São ótimos, mas já se acham as estrelas mundiais do rock. Entraram mudos, saíram calados e nem um “obrrrigadu San Paolo”. Já era de se esperar, foi à banda que fez mais exigências pro festival, nada menos que 215 pedidos. De qualquer forma, quando abriram com “Molly’s Chambers” quase mataram metade do público, que pulavam e se acotovelavam num tumulto que não parecia ter fim. Nessa hora quase desisti de ficar na frente, mas resisti ao empurra-e-empurra são e salvo.
“King Of Rodeo”, “Joe’s Head”, “California Waiting”, “Genius”, “Four Kicks”. Que beleza, toda a sensacional mistura de country e rock dos irmãos do Tennessee trazia enfim um show decente nessa edição São Paulo do Tim. Mas porra, cadê “Red Morning Light”? Imaginem uma banda que vem pela primeira vez ao Brasil e não toca seu maior sucesso?
Isso foi Kings Of Leon. Uma bandinha que começou ontem, mal sabem limpar as próprias bundas e já se dão ao direito de estrelismos. Nem se movimentam no palco, se resumem a replicar o disco. São bons, mais saiam logo e cedam o espaço para a atração da noite, seus padres caipiras com cara de elfos.
Agora sim, The Strokes. Os caras que eram hype, viraram queridinhos da crítica e hoje são mainstrean. Sinceramente, com as músicas que eles tem não precisariam fazer muito para oferecerem um show inesquecível. E assim foi.
Muito ao contrário dos carolas dos KOL, Julian Casablancas foi simpático, cumprimentou o público, agradeceu, disse que vai voltar e todo aquele papo de banda gringa quando vem pro Brasil. O cara não sorri nunca, mas tem carisma, ainda mais porque se mostra disposto a atender os pedidos do público. Outra, o Nikolai carregando uma bandeira do Brasil e o Fabrizio dizendo “obrigado meus irmãos brasileiros” sempre servem para conquistar os patrióticos tupiniquins.
O setlist foi completamente diferente do que fizeram no Rio na sexta, no show transmitido pela MTV. Em parte isso foi frustrante. No Rio foram cinco músicas novas, em São Paulo apenas três. Lá tocaram a maravilhosa “Under Control”, pros paulistas? Necas. Lá voltaram duas vezes para o bis, aqui só uma e toma-lhe luz na cara e Bob Marley pra irem embora pras suas casas. Acho que tacam Bob no povo no fim de todos os shows.
Nem a inédita “You Only Live Once” tocaram aqui, só no Rio. Deve ser medo da pirataria, já que Julian se assustou quando viu os cariocas cantando uma música que nem sequer foi lançada. É a internet, meu filho. Tenta procurar por Strokes no Google e você vai ver o que acontece. Falando nisso, alguém já tem a nova “Hawaii Aloha”? Sensacional essa música. Bem que o Julian avisou antes de tocá-la que seria uma “fun, fun song”.
Fora “Juicebox” e uma outra inédita “Heart in a Cage”, foi um desfile de neoclássicos. “12:51”, “Soma”, “Automatic Stop”, “Someday”, “Barely Legal”, “The End Has No End”, “New York City Cops”, “The Modern Age”, “Is This It”, “Hard To Explain”, “Reptilia” e etc. Ah claro, teve “Last Nite”
também, pros boys e patys que não conhecem nada e foram ao show só porque tava todo mundo falando cantarem juntos, afinal, também são filhos de Deus. Ou seria do Diabo, que é o pai do rock?
Enfim, um show sensacional. De ficar rouco e com as pernas de doendo depois de tanto pular. As únicas reclamações na verdade são três: Ter que aturar M.I.A, as músicas que os Strokes não tocaram e a quantidade de gente. Tudo bem, galera é legal. Mas um show para 4 mil pessoas, como foi no Rio, deve ter sido muito mais confortável.
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