A cancerosa prática das concorrências no mundo da publicidade e do design
Se você fosse jantar em um restaurante, pediria para o chef preparar três pratos diferentes e só pagaria por aquele que gostasse mais?
Isso resume basicamente como funcionam concorrências no mundo da publicidade e do design, além dos tais concursos que pedem seu trabalho grátis para então escolher um vencedor e pagar duas mariolas como prêmio.
A campanha Antispec (de anti trabalho especulativo) foi lançada há 1 ano, “denunciando” essa prática realizada por grandes marcas e pedindo para que os criativos e designers boicotem esse tipo de iniciativa. Recentemente, um novo vídeo criado pela TopicSimple explica bem a ideia.
Se a publicidade mundial fosse guiada em definições à lá “concílios de Niceia”, certamente esta seria uma questão na pauta do papado criativo. Afinal, se trata de uma praxe comum em todos os países. Derivada, certamente, de um mercado canibal. Onde (muitas vezes) quem dá mais, quem suporta mais ou quem esfola mais, leva.
Muitos clientes abusam.
Muitas agências cedem.
E cá estamos: Investindo milhares de idéias, tempo, dinheiro, saúde e paciência em quase-jobs, para quase-clientes, que podem chutar sua bunda amanhã, sem te dever um centavo – e quiçá, ainda tirar proveito de alguma de suas criações.
E, por mais que seja uma discussão antiga (e que provavelmente nunca dê em nada), ainda assim é importante mostrarmos indignação. E torcer para que um dia as coisas tenham um formato mais coerente do que o atual.
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