“Fringe” e a televisão (quase) livre do controle remoto
Com muito hype, “Fringe” estréia hoje na Fox americana. É a nova série do mystery-box J.J. Abrams, o criador do megahit “Lost”, co-escrita com os roteiristas de “Transformers”: Roberto Orci e Alex Kurtzman. Aliás, vale lembrar que os dois escritores já trabalharam com Abrams em “Alias” e no ainda não lançado novo “Star Trek”.
Com esses nomes envolvidos, já dá para imaginar o interesse das marcas em torno da nova série, que promete ser uma mistura de “Arquivo X” com “Twilight Zone”. Ainda mais se considerarmos que dentro de “Lost”, o maior sucesso recente da TV, nenhuma empresa pode fazer nada sem arruinar a história.
Da mesma maneira que a Nissan fez com “Heroes” e a Philips com o programa “60 Minutes” da CBS, a Ford e a Paramount pretendem ser marcas integrantes de “Fringe”. Isso significa fazer com que seus produtos tenham aparições relevantes e pertinentes na história da série.
Essa prática de branded entertainment você já conhece, é uma tendência em crescimento nos últimos anos, mas o que talvez não saiba é que a Fox começa a colocar em prática o que está chamando de “Remote-Free TV”, ou seja, televisão livre de controle remoto.
A idéia é colocar as marcas dentro do programa, custando 40% a mais do que uma veiculação normal, e cortar pela metade o intervalo comercial. Em um mundo em que cada vez mais as pessoas dão fast-foward nos comerciais, assistem na internet, iTunes, baixam via torrents e afins, a emissora espera não ter dispersão durante as mensanges publicitárias de seus anunciantes. Cada break terá no máximo dois comerciais, sendo que o primeiro só entra depois de 16 minutos de série no ar.
É claro que já podemos considerar uma quebra e tanto no modelo tradicional, mas ainda não dá para chamar de “Remote-Free TV”, como a Fox apelidou. Dois comerciais são suficientes para as pessoas fazerem o que sempre fazem quando começa o intervalo: ir no banheiro e pegar algo para beliscar na cozinha.
OK, exagerei, mas é muito mais eficiente criar propaganda com pertinência e ainda ter certeza de que as pessoas levarão aquilo com elas independente da mídia em que assistirem. Basta sempre ter em mente a preocupação de não exagerar ou forçar uma presença de marca. A parceria da Nissan com “Heroes” é um exemplo de sucesso, é o que podemos citar de marca que até colaborou com o roteiro, dando senso de realidade.
“Fringe” estréia daqui a 7 horas nos Estados Unidos, na televisão, e pouco tempo depois em todo o mundo por meios ninjas que você deve conhecer. Assista o trailer abaixo:
| Com AdAge
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