Quando um cliente não vale a pena
Raramente entro em discussões sobre essa putrefação estética e principalmente econômica do mercado gráfico. Na verdade, quando alguém reage de forma ensaiada a um orçamento do meu escritório – “mas tem um site / designer que me cobra R$500,00 pra fazer um logo” – eu incentivo.
“- Poxa, então fecha com eles e aproveite a oportunidade”.
Faço isso basicamente porque este não é o cliente que meu escritório quer atender.
E não se trata de dinheiro, mas da atitude e do posicionamento que ele adota.
Para mim é importante identificar e separar os clientes entre os que tenho bom relacionamento e sinergia dos que não tenho. E dessa forma garantir (para ambos) que trabalharei com um nível de satisfação altíssimo. E não só pela quantidade de Krugs que esse cliente colocará na minha adega. A equação é muito simples: você não pode evoluir a qualidade dos seus projetos se trabalhar para um cliente que não está pronto para te acompanhar, trocando experiências e encontrando novos caminhos.
Mas é aqui que muitas agências e escritórios de design caem naquela gruta chamada ambição. Quanto mais, melhor! E muitas, muitas vezes essa agência tem até histórico com determinado cliente e SABE que será um problema. Mas a grana é boa… Paga em dia… E quem vai passar noites em claro é o pessoal da criação, do planejamento e da finalização. Fazem de tudo para ganhar / Tocam cornetinha quando assinam o contrato / E depois todos trabalham se arrastando, sem o menor tesão em entregar aquilo que foi prometido.
Sabe? O prometido? Aquela intenção de inovar e promover o lúdico de forma sustentável pelas ações diferenciadas? Coisa de agência 360ª, antenada e integrada? Pronta pra entender como a crossmedia pode oferecer algo único pra geração y, que está com o controle remoto na mão e mostra toda sua atitude nas mídias sociais
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Uma salva de palmas que eu gorfei.
Mais do que honestidade, falta dignidade. Pois se vender para um cliente inadequado custa caro pra sua empresa: fama de senzala, perda de bons profissionais e boas idéias. Vão vestir sua camisa exclusivamente por dinheiro e não por prazer. E quando esse cliente for embora, o espólio será pequeno demais pra você se deleitar.
Hoje tenho os melhores clientes que poderia. E quando digo “não” para proposta de um prospect, estou dizendo “sim” pra qualidade que continuarei entregando para os que já estão comigo. E isso mostra que o sucesso pode ser medido de várias formas. E garanto, dinheiro não é o única métrica pra isto.
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