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Justiça rápida e morte lenta, de calor selvagem e sangue frio

por Carlos Merigo

Se você é no mínimo interessado por cinema ou HQs, ou melhor, por cultura em geral, deve saber o que é “Sin City”. Deve ainda ter noção da importância do consagrado quadrinhista Frank Miller, criador desta e de tantas outras HQs fundamentais. Também deve ter ouvido falar que Miller não queria vender os direitos de sua história para Hollywood de jeito nenhum, mas que foi convencido após Robert Rodriguez apresentar um curta totalmente fiel ao formato de “Sin City”.

Eu nem sou fã de HQs, mas assim que soube da produção do filme corri para ler os capítulos de “Sin City”. Nem preciso dizer que imediatamente me tornei mais um dos fanáticos ansiosos por ver a produção na tela grande. Claro, sem contar Robert Rodriguez no comando do filme, que para mim é um verdadeiro cineasta de guerrilha e sempre pronto a nos mostrar que o “establishment” hollywodiano não precisa e nem deve ser seguido por quem deseja fazer filmes.

A trilogia “El Mariachi”, “A Balada do Pistoleiro” e “Era Uma Vez no México” pode ser subjugada por muitos, mas são faroestes spaguettis essenciais. De qualquer forma, um diretor que filma cabeças decepadas e crianças em 3D ao mesmo tempo, que se desliga do Sindicato de Diretores para incluir o criador das histórias na co-direção e em todas suas produções monta, produz, compõe parte da trilha sonora, edita, supervisiona efeitos especiais, dirige a fotografia e opera câmeras, merece nossa admiração.

Lógico, tem o Tarantino também. Que aqui dirige uma cena pelo cachê de 1 dólar. O mesmo valor cobrado por Rodriguez para fazer a trilha sonora dos fundamentais “Kill Bill’s”. Sim, Tarantino e Rodriguez são amigos, e torço para que a parceria entre os dois continue por muito tempo.

“Sin City” não e um filme para impulsivos. Não é um filme pra quem vê o Bruce Willis no poster e resolve entrar para curtir um cineminha. “Sin City” é uma HQ filmada no sentido mais literal que possa existir. Não é uma história em quadrinhos que foi adaptada, é o cinema que se adapta a história em quadrinhos.

O filme é um marco por diversas razões que muitas pessoas já cansaram de apontar: a forma de filmar, o visual, os efeitos utilizados, a nova tecnologia digital utilizada por Rodriguez e etc, etc. Agora não há mais como pensar em filmes baseados em HQs sem dizer: “Ah, mas Sin City fez isso, isso e aquilo…”.

Isso foi atingido porque nenhuma concessão foi feita durante a produção do filme. Cada quadro, detalhe da história está na tela. As HQs de Miller apenas ganham o efeito de movimento. O resultado é um visual absolutamente fantástico, em que a maestria de Miller com sombra e luz permanece intacta no cinema. O que sentimos é o processo de leitura dos quadrinhos passando na nossa frente: o tom de narração, os cortes, as transições, a dramaturgia, tudo foi filmado da forma como foi criado.

E como é “Sin City” no papel, o filme leva o noir ao extremo. É tenso, angustiante e transforma cenas cartunescas em enriquecimento para a trama. A adrenalina e o texto cru(el) de Miller fazem o espectador torcer para que o “mocinho” (entre aspas porque em Sin City não existem mocinhos) meta logo uma bala na cabeça daquele desgraçado filho-da-puta.

De longe, as histórias de Marv e Hartigan são as mais empolgantes e justamente as que nos fazem esquecer que estamos dentro de uma sala com poltronas diante de uma tela de lona e pessoas que fazem barulho ao comer pipoca. O que enfraquece o filme é a perda de ritmo no meio, justamente quando a história passa a se preocupar mais com a atmosfera. Começa de forma espetacular, perde ritmo, cansa um pouco e volta com tudo para um final animal.

E essa lentidão durante o episódio de Dwight e Jackie Boy se dá justamente pelo filme manter-se tão fiel a narrativa dos quadrinhos. Você não participa do que acontece, não tem os espaços silenciosos deixados por Miller, então acaba cansando da falta de adrenalina. Mas quando o filme volta para Hartigan, a tensão e empolgação vem com tudo novamente.

No final das contas, “Sin City” é uma experiência que deve ser vivida por qualquer um interessado em cinema, em coisas novas, qualquer um que procure aquele frescor que nossas cabeças precisam e queiram provas de que aquilo que pareciam dogmas a serem seguidos para sempre, não eram tão pétreos assim. Aquele que foi porque o Bruce Willis fazia cara de mau no poster, saiu no meio da sessão.

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