Blog falso e post pago entram no Código de Proteção ao Consumidor britânico
As mudanças que a tecnologia está causando na comunicação, e a internet como plataforma livre para as marcas começa a causar reação de autoridades, na tentativa de controlar problemas que vem sendo discutidos nos últimos anos. Ainda não no Brasil, claro.
No Reino Unido, começa a valer a partir de hoje uma nova regulamentação de proteção ao consumidor que, pela primeira vez, leva em conta o marketing online, incluindo “vídeos virais, blogs e campanhas em redes sociais”.
As mudanças no código prevê combate e punição para 31 tipos de práticas de marketing online, como custos escondidos em “ofertas grátis”, plantar resenhas positivas em sites, criar blogs falsos (para campanhas publicitárias como se escritos por usuários comuns), e comentário editorial sem a indicação de ter sido pago por um anunciante, ou seja, o polêmico post patrocinado.
A multa pode chegar a 7 mil dólares e dois anos de prisão para funcionários que forem “negligentes, coniventes e consentirem” com tais práticas.
Segundo matéria do Financial Times, essa é considerada a maior mudança nas leis de proteção ao consumidor nos últimos 40 anos.
Sony, Wal-Mart, L’Oreal e Coca-Cola
são algumas das empresas que já tiveram dor de cabeça com campanhas que incluíam blogs falsos, rechaçados com reações negativas que partiram dos próprios consumidores.
Agora, pelo menos no Reino Unido, a transparência online vai ser na marra. No Brasil, com tanta discussão em torno do tema, algo do tipo não deve demorar a chegar. Talvez não em leis de proteção ao consumidor, mas pelo menos em regulamentação publicitária.
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