Senado retira restrição à internet em campanhas eleitorais
Em dois Braincasts passados sobre marketing político (um em áudio em 2006, e outro em vídeo no ano passado), um dos assuntos recorrentes foi quanto ao uso da internet e meios digitais em campanhas eleitorais. Há 3 anos, as restrições pareciam distantes de serem até mesmo discutidas, mas em 2008, depois do case Obama, o tema entrou na pauta do Senado.
Lembro que nos Braincasts #7.1 e #7.2, Marcelo Tas chegou a dizer que “um dia teríamos vergonha de ter vivido essa época da política brasileira”, e classificou as restrições de pré-história, leis primitivas e burras. Já Soninha, destacou a internet como uma ferramenta em que o poder econômico não faz diferença, e que exatamente por isso as proibições não faziam sentido.
Mas depois da noite de ontem, podemos dizer que algumas coisas começaram a mudar. O Senado aprovou a liberação do uso da internet em campanhas eleitorais, começando pela corrida presidencial em 2010.
O texto, de autoria do senadores Aloizio Mercadante (PT-SP) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), determina a livre manifestação do pensamento na internet, além de permitir que os sites dos candidatos possam ficar no ar até o momento da eleição (até então, tinham que ser retirados até 48 antes da abertura das urnas).
Para debates, a internet vai seguir as regras de rádio e TV. Para participar de um debate, em qualquer uma das três mídias, o partido ou coligação precisa contar com pelo menos 10 deputados federais. Uma restrição que o senador Mercadante classificou de equívoco.
Agora, essa reforma da lei eleitoral vai voltar à Câmara para ser votada novamente, se aprovada, terá de ser sancionada pelo presidente até 2 de outubro.
Para o bem ou para o mal, as mudanças foram finalmente feitas e devem entrar em vigor para as próximas eleições. Resta saber como será o comportamento dos candidatos tendo em mãos toda a miríade de ferramentas e possibilidades da internet. Políticos com perfis no Twitter (vários já estão lá), comunidades em redes sociais, canais no YouTube
, lado a lado com aquilo que você vê e produz atualmente.
A queda das restrições é um ato de bom-senso, mas lembre-se, ferramentas são só ferramentas. Sendo assim, não fique já imaginando um Obaminha brasileiro revolucionando as eleições só porque tem internet a seu favor. Você já conhece muito bem o que temos por aí.
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