O seu produto salva NY, resolve seqüestros, vira robô assassino ou acessa sistemas ultra-secretos?
Se lhe perguntarem algum dia: “Qual marca atualmente pode ser considerada benchmark de product placement?”, responda sem pestanejar: Nokia.
E eu não estou falando de quantidade, senão Ford, Apple e Coca-Cola é que seriam as donas do mundo nesse aspecto, e sim de relevância e contexto.
Os produtos da empresa finlandesa não apenas aparecem nos filmes e séries, eles são parte integrante da história. Eles são utilizados e mencionados de forma explícita, uma publicidade pornográfica anexada ao entretenimento, mas sem nunca soar forçado ou deslocado.
Para mim, um dos maiores exemplos de product placement bem feito é o N93i da Nokia em “Transformers”. Tudo bem que “Transformers” seja um comercial de duas horas de duração, dominado principalmente pela General Motors. Mas a Nokia teve um de seus celulares transformados em robô que atira e solta mísseis, e tirou sarro de si própria com a confusão freqüente de que é uma companhia japonesa.
No filme “Celular”, o ator Chris Evans corre o tempo todo com um Nokia 6600 na mão, tentando descobrir o paradeiro da seqüestrada Kim Basinger. O aparelho é tão fundamental para a trama, como já diz o título, e tantas vezes mencionado, que alguns críticos disseram que o telefone merecia um Oscar.
Em “Duro de Matar 4.0”, mocinhos, terroristas, hackers e toda a sorte de bandidos utilizam celulares Nokia. O incrível é que todos eles funcionam até mesmo depois de toda a rede de comunicações dos Estados Unidos ter sido tirada do ar.
E o que esperar de um filme que é todo gravado do ponto de vista de celulares e câmeras de pessoas comuns? Não dá para perder a oportunidade, alguma marca teria que se apropriar disso.
Budweiser, Campari, CNN, Ford, Frito Lay, Lacoste, Mercedes, Mountain Dew, Nike, Panasonic e Philips estão todas em “Cloverfield”, mas certamente você não vai notar nenhuma delas como fará com a Nokia.
O filme é praticamente um showroom de produtos da fabricante finlandesa. Os modelos 7373, 6300, N76, 5200 e 5310 são protagonistas do filme junto com os atores.
E quando a bateria do celular está acabando e precisam de uma nova pra continuar gravando os ataques, o que acontece? Entram em uma loja de eletrônicos e lá está um amontoado de baterias originais Nokia dando sopa.
E quando as pessoas procuram abrigo enquanto uma estação do metro despenca, quem está lá para lhes proteger? Uma parede coberta por um anúncio gigante da Nokia, é claro.
E todo o investimento é suportado por ações paralelas, como promoções, ponto-de-venda, conteúdo mobile exclusivo, etc. Para quem não se lembra, o lançamento do N81 se inspirou na campanha viral de “Cloverfield”.
Mas em todo seu histórico de product placement, acho que a Nokia cometeu um erro gravíssimo. Jack Bauer já usou LG, Motorola, Samsung e Treo
, mas nunca um Nokia. Eles poderiam resolver isso dando um aparelho para o Chuck Norris, mas é óbvio, ele não precisa de celulares. Quando Chuck Norris precisa acessar a rede telefônica, ele lambe o dedo da mão esquerda e aponta pra cima.
Comentários
Sua voz importa aqui no B9! Convidamos você a compartilhar suas opiniões e experiências na seção de comentários abaixo. Antes de mergulhar na conversa, por favor, dê uma olhada nas nossas Regras de Conduta para garantir que nosso espaço continue sendo acolhedor e respeitoso para todos.