SXSW: “Humanidade” como motor de inovação
A verdadeira liderança não se baseia no controle abismal de dados, mas na capacidade de se conectar com os outros
A revolução digital tem transformado o mundo corporativo com uma rapidez impressionante. Inteligência artificial, automação, big data e outras inovações redefinem modelos de negócios, melhoram a eficiência e criam novas oportunidades. No entanto, por trás de todo esse progresso, um elemento essencial permanece insubstituível: o “ser” humano. Entre tantos outros, esse tema (direta ou indiretamente) foi recorrente entre palestrantes do SXSW 2025 – de Amy Webb, a Brene Brown, Scott Galloway, Ligia Giatti, Michelle Obama e até mesmo os astronautas da missão ARTEMIS da NASA.
Nunca nos sentimos tão sozinhos, embora estejamos tão conectados. É como se a proximidade digital amplificasse a distância emocional. A tecnologia, por mais avançada que seja, é um meio e não um fim. E, em um mundo cada vez mais efêmero e ultra-estimulado – a culpa, pressão por perfeição e ânsia de se ter respostas certas e na hora, para tudo – nunca foi tão grande.
Inevitável não olhar para o outro lado da moeda: mais do que nunca, a vulnerabilidade precisa ser encarada como força. Abraçar a vulnerabilidade é fundamental para o crescimento pessoal e profissional, permitindo que indivíduos e líderes se tornem autênticos e eficazes.
A verdadeira liderança não se baseia no controle abismal de dados, mas na capacidade de se conectar com os outros. Em um mundo que frequentemente prioriza a eficiência, a importância da curiosidade e empatia se tornam ouro líquido. Embora a automação e a inteligência artificial estejam assumindo tarefas repetitivas e analíticas, a essência da inovação continua sendo uma exclusividade humana. Aspectos como empatia, inteligência emocional, visão estratégica e tomada de decisão ética são habilidades que nenhuma máquina pode replicar com autenticidade. “AI não vai tornar você mais criativo, ela irá amplificar o que já está dentro de você” – essa provocação vem do will.i.am que também esteve no palco do SXSW 2025. No mundo corporativo, líderes visionários compreendem que a tecnologia deve ser uma aliada do capital humano, e não um substituto. A capacidade de interpretar dados, questionar padrões e inovar são elementos que diferenciam as empresas que apenas seguem tendências daquelas que definem o futuro.
A grande questão que surge nesse cenário é: estamos usando a tecnologia para potencializar o humano ou estamos nos tornando reféns dela? Minha humilde opinião é que empresas que colocam a experiência do colaborador no centro da transformação digital conseguem obter melhores resultados a longo prazo.
Isso significa investir não apenas em novas ferramentas, mas também na capacitação dos profissionais, garantindo que eles saibam como utilizá-las de forma estratégica. A adaptação a novas realidades exige um mindset de aprendizado contínuo, onde a tecnologia se torna um suporte para o crescimento profissional e não um fator de exclusão.
O verdadeiro diferencial competitivo das organizações não está apenas na tecnologia que utilizam, mas na forma como integram essa tecnologia ao fator humano. No ritmo acelerado da transformação digital, a capacidade de inovação, empatia e adaptação dos profissionais será sempre o grande motor do progresso e inovação.
A tecnologia pode ser rápida, mas sem o “ser” humano como guia, ela se torna apenas um conjunto de ferramentas sem direção. O desafio das empresas no cenário atual não é apenas acompanhar a velocidade dos avanços tecnológicos, mas garantir que essa evolução esteja a serviço das pessoas, e não o contrário.
Comentários
Sua voz importa aqui no B9! Convidamos você a compartilhar suas opiniões e experiências na seção de comentários abaixo. Antes de mergulhar na conversa, por favor, dê uma olhada nas nossas Regras de Conduta para garantir que nosso espaço continue sendo acolhedor e respeitoso para todos.