O hype sobre inteligência artificial e computação quântica sempre flertou com a ficção científica, mas, segundo Arvind Krishna, CEO da IBM, chegou a hora de transformar possibilidades teóricas em realidade aplicada. No SXSW 2025, Krishna destacou como essas duas frentes tecnológicas estão convergindo para remodelar empresas, acelerar descobertas científicas e redefinir eficiência energética.
Um dos principais pontos abordados na palestra foi o futuro da IA para negócios. Krishna sugeriu que, em breve, empresas terão suas próprias versões de IA treinadas exclusivamente com seus dados. “Apenas 1% dos dados empresariais foi capturado e usado em modelos de IA até agora”, revelou, indicando um campo vasto para exploração. Com modelos específicos e sob medida, companhias poderão desbloquear novos níveis de produtividade e inovação.
Apesar do receio de que IA possa eliminar empregos, Krishna desmistificou o apocalipse dos programadores: “Se IA puder gerar 30% mais código, isso significa que escreveremos menos ou que faremos mais? A resposta é clara: mais. Historicamente, produtividade impulsiona mais demanda, não menos”. O mesmo vale para o setor criativo, onde a IA deve ser vista como uma ferramenta de aprimoramento, e não substituição. “Tivemos esse medo com calculadoras, com Photoshop. E agora, aqui estamos nós”, comparou.
O impacto da IA vai muito além do desenvolvimento de software. Krishna destacou o avanço na descoberta de drogas, onde a tecnologia já reduz drasticamente o tempo necessário para identificar novos tratamentos. “Se conseguirmos cortar apenas alguns anos no desenvolvimento de um medicamento, o impacto na vida das pessoas será imenso”, afirmou.
Mas e quanto à computação quântica? Ainda é só uma promessa? Krishna acredita que não. Ele prevê avanços significativos antes do fim da década, especialmente em materiais e química. “Quantum vai ajudar em problemas como sequestro de carbono, otimização de preços e novos fertilizantes. Talvez não resolva moléculas complexas ainda, mas 90% dos desafios podem ser atacados.”
O executivo também explicou como IA e computação quântica se complementam. Enquanto a IA analisa padrões e faz previsões com base em dados existentes, a computação quântica mergulha na física fundamental para entender a natureza em sua essência. “Pense na cafeína: sabemos que ela nos dá energia, mas não sabemos exatamente como. Quantum vai nos ajudar a entender como os elétrons se comportam e o que isso significa para novas descobertas”, exemplificou.
Mesmo com o entusiasmo, Krishna foi pragmático ao responder se a computação quântica terá um ‘momento ChatGPT‘ de adoção em massa. Para ele, a tecnologia só ganhará esse status quando resolver problemas de interesse direto para o público. “Não é sobre branding. A questão é: quando alguém resolver um problema enorme com quantum, aí sim veremos a revolução acontecer”, concluiu.
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