Cannes Lions 2024: A águia pousou
O potencial teórico da AI começa a ser visto na prática
Eu e meu marido temos uma piada entre nós: toda vez que algo que eu ou ele queremos muito é recebido pelo outro, a mensagem que mandamos pra avisar o parceiro é a do título acima.
Pois bem: depois de quatro dias do Festival, preciso usar nossa piada interna pra dizer: a tal da AI pousou, gente. Finalmente começa-se a ver por aqui um conjunto de aplicações que efetivamente pode (e vai) transformar a forma que a gente trabalha na indústria criativa.
Vi por aqui coisas como o Projeto Astra, do Google, que está por ser lançado para o mercado e é daquelas coisas que dão borboletas no estômago: ele é a evolução multi-modal do Gemini. Multi-modal quer dizer: você pode conversar com ele por texto, imagem, video, audio, código (talvez sinal de fumaça funcione também). Ele pode “ler” o cardápio de um restaurante e recomendar a você algo de que você goste. Pode identificar coisas, pessoas, objetos numa imagem, foto ou video. Ele consegue explicar um desenho feito à mão. Pense: ele pode criar a apresentação que defende um layout rascunhado e o executar e colocar no keynote. Com três prompts.
Pode também “assistir a um video” em velocidade recorde e recortá-lo para você a partir de um prompt. Ou encontrar uma fala ou objeto que você esteja procurando. O fato é: isso vai fazer com que a edição de video seja algo que não requer mais qualquer expertise técnica ou conhecimento de software. Aí você vai dizer: “ah, mas isso ainda vai ser lançado, é teoria”. Eu te respondo: a prática já existe, também. Eles criaram, a partir do modelo, uma ferramenta que já está disponível para qualquer pessoa que gera fontes originais a partir de prompts. Vai lá brincar: Labs.google\gentype .
Quer prática já com uma marca usando? Tem também.
Eu sou mãe de pet. Quando vi Adoptables, case maravilhoso da Pedigree premiado aqui que promove a marca e a adoção de cachorrinhos, meu coração esquentou um pouquinho. Funciona assim: fotos tiradas em abrigos passam por um modelo de AI que “mapeia” o animal e o coloca em qualquer posição em qualidade de fotos de estúdio. E os animais viram as estrelas dos anúncios da Pedigree enquanto são anunciados para adoção. O uso de tecnologia não para por aí: com personalização em escala a partir do modelo, eles automatizam a rotação dos cachorrinhos `a medida em que são adotados e tentam “casar” a melhor raça ao ambiente mais propício para que o cão não seja devolvido. É bom demais.
Se você não começou a aprender a trabalhar com a dita cuja, está atrasado. É como diz o querido José Simão: “Quem fica parado é poste”…
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