SXSW 2024 – O contexto para uma liderança com ‘ambidestria digital’
O impacto exponencial da inovação exigirá uma nova liderança que combine gerenciamento de mudanças, empatia e muita tecnologia, de forma criativa
Sem dúvida alguma, a SXSW 2024 nos provocou a pensar em como será a conexão do humano com Inteligência Artificial (IA) para transformar os negócios e criar novas realidades. A IA promete impactar todos os aspectos do nosso trabalho, desde a forma como usamos nosso tempo até projetos que precisam de nossa atenção, a tomada de decisão e, principalmente, as relações. À medida que o uso de IA se torna mais frequente, mais estratégico precisamos ser para a implantação de uma cultura organizacional que abrace a tecnologia. Por isso, acho importante falarmos de ambidestria, de como orquestramos eficiência e inovação.
Ambidestria organizacional serve para acomodar os alinhamentos conflitantes necessários para inovação e eficiência. Mas quero ir pouco além, e porque não falar de “ambidestria digital” (aqui vai uma licença poética), em que será necessário equilibrar o uso de AI com as relações humanas. Será que há alguma área em que os humanos podem superar as máquinas?
Os seres humanos superam as máquinas na compreensão da cultura dinâmica e na tomada de decisões corajosas para um futuro imprevisível, cocriando novos futuros. O líder do amanhã (talvez o de hoje também) precisa combinar o gerenciamento de mudanças, empatia e muita tecnologia, de uma forma criativa para amplificar os negócios e encontrar oportunidades. O novo líder precisa ser um AI FIRST THINKER para conectar os desafios da sua organização com a tecnologia, alcançando novas experiencias de trabalho e entrega aos clientes.
O potencial de impacto da produtividade da IA generativa é de bilhões de dólares. Só no mercado de tecnologia, estamos falando em mais de US$ 400 bilhões. O Google, por exemplo, já escreve 15% dos seus códigos com o uso de inteligência artificial generativa. Amy Webb, CEO do Future Today Institute, destacou que a humanidade está às vésperas do maior superciclo tecnológico que já experimentamos. Um superciclo que afetará nossas vidas de forma irreversível.
Uma dessas transformações será alavancada pelos Large Action Models (LAMs) que estão por vir, que não podem ser comparados aos Large Language Models de hoje. Os LAMs são modelos de IA treinados para entender a intenção humana e prever as ações subsequentes a serem tomadas. Realmente, estamos avançando para a era da inteligência artificial cognitiva e isso nos trará desafios, sim, mas também inúmeras oportunidades.
Trago também alguns outros insights:
Crie espaço para novas ideias – espaço seguro para que as pessoas possam sair do automático, e se conectarem com sua essência e, assim, cocriarem com a IA.
Open Strategy – envolva pessoas fora da alta gerência e também pessoas fora das “quatro paredes” da organização, inclusive clientes, parceiros e fornecedores no processo estratégico.
Cultura – Fomente aideia de que a IA deve ser o primeiro pensamento na resolução de problemas, enfatizando seu papel como “amplificador”, e não apenas como substituto.
E por fim comece pequeno, sonhe alto e potencialize as relações humanas e a IA.
Obrigado a SXSW. Com certeza nos veremos em 2025.
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