SXSW – Quando a AI vira colega de trabalho: como devemos preparar os humanos?
Uma das maiores tendências é um maior foco nas competências sociais, emocionais e comportamentais
Confesso que em um evento tão incrível como o SXSW EDU, é difícil escolher um só tema para aprofundar. Resolvi começar por um assunto que afeta a todos nós e se tornou a angústia de tantos: quando a AI entra no jogo e se torna nossa colega de trabalho, como devemos nos preparar para tirar o melhor dessa nova dinâmica?
No painel “O Futuro do Trabalho com Colegas Humanos e de Inteligência Artificial” (título original em inglês “The Future of Work with Human and AI Co-workers“), a Dra. Narine Hall, co-fundadora e CEO da INSPACE, citou exemplos, dados e sua visão de futuro sobre como a Inteligência Artificial, sem dúvidas, possibilitará um aumento significativo na produtividade. Mas, ao invés de enxergar que a consequência disso é que todos devem aprender sobre essas novas tecnologias, ela enfatizou a necessidade premente de desenvolvermos as habilidades humanas, como pensamento crítico, trabalho em equipe e colaboração.
Uma estatística impressionante, advinda de um estudo conjunto de Harvard, Carnegie Foundation e Stanford, compartilhada durante a palestra, foi que 85% do sucesso em um trabalho advém de competências comportamentais e interpessoais bem desenvolvidas, enquanto apenas 15% vem de habilidades técnicas e conhecimento específico.
Ela destacou que o futuro da educação será impulsionado pela Inteligência Artificial com uma combinação de aprendizagem personalizada, escalabilidade, flexibilidade e aprendizagem social. Enquanto as três primeiras oferecem benefícios tangíveis, a Dra. Hall enfatizou que as habilidades sociais e a aprendizagem compartilhada são igualmente, ou até mais, cruciais para evitar que tenhamos silos de conhecimento isolados que não conseguem se potencializar e integrar. A chave para a inovação na aprendizagem ao longo da vida está em equilibrar essas forças. Neste novo paradigma de “IA impulsionada pela experiência centrada no ser humano”, as habilidades socioemocionais tornam-se ainda mais essenciais para o sucesso no trabalho.
Com essas ideias em mente, saí da palestra com ainda mais clareza de que a era da IA promete revolucionar o ambiente profissional e que, com isso, uma das maiores tendências do futuro do trabalho é um maior foco nas competências sociais, emocionais e comportamentais.
E assim, a Dra. Hall consolida seu argumento de que tudo o que antes era rotulado como “competências comportamentais” (ou “soft skills”) agora deve ser considerado e chamado de “competências essenciais” (ou “essential skills”).
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