SXSW 2024: Existe uma arquitetura para collabs duradouras entre marcas?
Como ir além da simples união de forças
Nos últimos tempos, realizar uma colaboração com outra marca virou estratégia essencial em qualquer playbook de um CMO. A oportunidade de desenvolver um produto ou serviço em parceria com outra marca tem se consolidado como uma maneira eficiente de estourar a bolha e recrutar novos consumidores em outros mercados.
Mas, o que faz uma collab ter sucesso e uma vida longeva? O que diferencia uma collab que irá morrer na estratégia de PR; de uma collab que realmente irá gerar um incremento estratégico no negócio das duas marcas? Não era bem a intenção, mas a resposta a essa pergunta pode ter aparecido em uma conversa despretensiosa entre dois amigos em um painel do SXSW2024.
O Fernando Machado, conselheiro de marketing da NotCo, e o Jay Livingston, CMO do Shake Shack, se juntaram para propor um painel sobre inovação em marketing na indústria de alimentos. Assistir a esse encontro deu a sensação de estarmos espiando dois amigos batendo um papo descontraído e instigante em uma mesa de bar.
Fernando discutiu o potencial da IA em gerar ideias inovadoras, mas enfatizou a importância da intuição humana e da avaliação pessoal no processo criativo. Jay destacou que o desafio de inovar na indústria de restaurantes vai muito além de se pensar em uma receita, passando por conseguir construir uma cadeia de suprimentos, equipar lojas e treinar as equipes para a simples execução de uma novidade.
Quando entraram no assunto de colaboração entre marcas, a conversa ficou ainda mais interessante. Ambos apontaram que na dinâmica atual do mercado, as collabs surgem como uma estratégia fundamental para inovação. No entanto, estabelecer parcerias eficazes e duradouras vai além da simples união de forças.
Arrisco a tentar organizar os 3 ingredientes essenciais de uma collab de sucesso a partir das histórias que ouvi nesse papo.
Visão única
É essencial que as marcas envolvidas compartilhem objetivos comuns e entendam como a parceria poderá contribuir para seus respectivos negócios. A definição clara das metas, tanto a curto quanto a longo prazo, facilita a cooperação e o sucesso conjunto. Sem um entendimento mútuo e claro dos objetivos, a parceria pode se tornar improdutiva.
Complementariedade
A sinergia entre os parceiros é potencializada quando cada um traz habilidades ou recursos distintos para a mesa. A complementariedade também pode aparecer quando cada marca tem o potencial de se apresentar pela primeira vez para a comunidade de consumidores de sua parceria.
Valores
A compatibilidade nos princípios e na visão de futuro é fundamental. Parceiros que partilham dos mesmos valores tendem a superar desafios de forma coesa, mantendo a parceria produtiva ao longo do tempo. Diferenças na cultura corporativa podem levar a conflitos. Avaliar a compatibilidade cultural antes de formalizar a parceria pode prevenir desentendimentos futuros.
Entendo que esse é só um primeiro esboço daquilo que acredito que poderia se tornar a receita ótima para uma colaboração entre marcas. Esse não era o assunto principal do painel, mas imagino que temos aqui uma grande oportunidade para um novo painel no SXSW2025. Quem sabe o Fernando e o Jay nos darão a chance de espiarmos mais uma de suas conversas no ano que vem?
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