Cannes Lions 2023: Dez anos depois, meu primeiro dia no festival mostra a importância do básico
É essencial ter clareza sobre o propósito da empresa no direcionamento da comunicação em meio a tantas inovações
A última vez que estive no Festival de Publicidade de Cannes foi em 2013, e já naquele tempo a evolução dos assuntos, formatos e experiências era intensa. Depois de dez anos, estou aqui novamente para viver este momento imersivo de uma semana sobre as mais recentes, tecnológicas e melhores criações do mercado publicitário. Mesmo com a bagagem profissional que construí, confesso que continuo me sentindo uma novata, o que é ótimo, pois o frio na barriga sobre o novo me agrada e me traz novas perspectivas.
Até o momento, me delicia ver que o festival acontece de forma “all over“, ou seja, um potencial F.o.M.O aflora por aqui. E está mentindo quem disser que não vive essa sensação! Isso porque, além da agenda oficial do evento (diversa e ampla) temos agora: plataformas e veículos de mídia que criaram suas estruturas de Beach Clubs, disponibilizando conteúdos, experiências e palestras tão chamativas quanto a “agenda oficial”, então… como organizar tudo isso extraindo ao máximo sem deixar de lado outros conteúdos?
Para me organizar melhor e aproveitar a experiência deste ano ao máximo, decidi explorar o Palais, começando com um painel de espaço fixo todas as manhãs da semana de Cannes – Um bate-papo entre CMOs, e para o primeiro painel estavam, Fernando Machado (NotCo), Lina Polimeni (Eli Lilly) e Mark Kirkham (PepsmediaiCo).
O primeiro painel do CMOs in The Spotlight me fez entender que apesar do avançado e da diversidade de ângulos de uso da IA, os CMOs reforçaram durante o papo que nada substitui o básico bem feito. A grande aprendizagem foi: “O básico pode levar as marcas realmente longe. Não precisa de muita perfumaria, uma boa comunicação criativa baseada no propósito da marca, atribuição bem estruturada e desempenho bem feito é o caminho para o sucesso”, afirmou Fernando Machado, da NotCo.
A comunicação bem feita não precisa de excesso, e publicidade é a veia da corrente sanguínea do consumo, por isso, são pouquíssimas empresas que conseguem realmente ter clareza sobre o propósito para direcionar a comunicação, com um “espírito de empreendedor criativo”, como disseram!
E sobre o modelo de atribuição que também foi colocado em pauta. Que assunto antigo. Mas que complexo de mapear e o que dizer de mensurar? O básico não é simples. Mas “apenas” básico, fundamental, é essencial.
A pergunta que fica é: a sua empresa está estruturando o básico antes de se aventurar nas tendências e novidades que surgem todos os dias? Nos preocupamos muito em querer acompanhar, fazer e aprender tudo o tempo todo, o que é praticamente impossível, mas não podemos deixar de ser um eterno curioso para o novo, mas é preciso ter clareza sobre o que vamos absorver.
Não vivemos apenas na era da IA, mas também na era do excesso de informação e conteúdo, e assim como eu não conseguirei acompanhar todas as palestras, discussões e conversas nessa única semana de Cannes, estou selecionando aquilo que eu sei que vou usar e realmente aprender. As marcas, clientes e agências devem e precisam entender quais tendências irão seguir. Surfar por surfar não cria identidade, muito menos engajamento.
De novo: “O básico pode levar as marcas realmente longe.”
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