“Se num é DS, num guenta”: a esperança da publicidade vem de São José do Rio Preto
Criatividade bem aplicada gera muito mais resultado por muito menos
Estava chafurdando no YouTube quando surge de repente a imagem de um homem entrando em uma oficina mecânica enquanto o mecânico come um prato de macarrão. Contrariando o já consolidado costume de pular o comercial, fiquei de olho no que aqueles dois rapazes aprontariam. O resultado está no vídeo acima – ou abaixo ou ao lado, não sei como esse texto estará diagramado na página.
Fui atrás do comercial e postei o danado na minha quase abandonada página de Linkedin tamanho o impacto que ele causou em mim. Há quanto tempo eu não via um comercial tão bem escrito, bem dirigido, bem atuado e bem produzido ao mesmo tempo? Não faço ideia. Não demorou muito para meu post receber atenção e comentários, todos bastante elogiosos – alguns até me parabenizando equivocadamente pela criação, coisa que tratei de desmentir, mas não imediatamente: deixei que meu nome fosse ao menos por alguns instantes associado ao filme, já que de trouxa eu só tenho o jeito de andar, de falar, de vestir e de escrever.
O Brasil já foi pródigo em criar ótimos comerciais – e antes que alguém me acuse de saudosismo, já digo que não é esse o caso. O país continua produzindo boa propaganda em outros formatos, todos os milhares de novos formatos que o engenho humano é capaz de criar. Mas os filmes, ah, os filmes…
A esperança de filmes melhores descendo no nosso feed ou nos intervalos da programação ao que parece recai sobre os novos e não tão grandes clientes. Se tem algo capaz de prescindir de toneladas de TRP, esse algo é criatividade, tangibilizada nesse caso em um filme redondíssimo, com elenco afiado, direção impecável (Pedro Serrano), criado por uma agência que sabe por que está sendo paga (F&MD, de São José do Rio Preto) e aprovado por um cliente (DS Indústria de Peças Automotivas, da mesma cidade) que sabe por que paga uma agência de propaganda.
Só me resta torcer para que a parceria renda novos e tão bons frutos e que o mercado reaprenda a fazer contas. Com tantos dispositivos de controles, ferramentas de mensuração e metas cada vez mais ambiciosas, é meio desconcertante imaginar que ainda não descobriram que criatividade bem aplicada gera muito mais resultado por muito menos.
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