Web Summit 2023 – Rio: A maioridade das startups de IA
É fundamental ter maturidade para entender o impacto profundo que provocam na sociedade
A primeira edição do Web Summit Rio proporcionou três dias intensos de conteúdo, networking e muita inovação, mas algo se destacou logo nas primeiras horas: a inteligência artificial (IA) foi o assunto mais debatido nesta edição.
Cerca de mil startups participaram do evento e diversas usavam algum tipo de IA como motor de inovação de diferenciação das suas soluções e mais da metade das palestras tinha IA como assunto.
Startups de IA começaram a surgir em 2016, com a popularização de algoritmos e a evolução dos chips especializados. Naquele momento, a ideia geral era “encaixar” estes modelos de aprendizagem de máquina (machine learning) às soluções existentes para que se pudesse gerar insights e predições futuras utilizando bases de dados tradicionais.
Sete anos se passaram e hoje chegamos à era da IA generativa, com o famoso ChatGPT da OpenAI. Explicando de forma simplificada: é uma tecnologia de produção de textos baseada num modelo estatístico gigante, o GPT. Pense no autocomplete do seu smartphone, onde ele tenta adivinhar a próxima palavra, só que desta vez usando outros milhões de textos já produzidos como base estatística.
O ChatGPT entrou rapidamente na vida de todos nós, ajudando a escrever e-mails, receitas e até roteiros de viagem. E apenas criar insights ou sugestões não é mais suficiente. Agora, o objetivo é utilizar IA para transformar a forma como as pessoas vivem, trabalham, se relacionam através das telas dos seus smartphones e notebooks.
Estão surgindo as AITechs, startups cujo core está na tecnologia que criaram. Não há “encaixe”, como antes, elas são a própria IA que permite que elas existam e se diferenciem. Entre as startups de IA presentes no evento, algumas se destacaram por terem características que as colocam como AITechs: Omnix, Articolare, Parsed, NeuralMind, Clarice.ai e RECRUT.AI.
Pelo grau disruptivo das AITechs, elas têm o potencial de tornarem-se as soluções líderes de seus segmentos, as soluções que eu e você usaremos pelos próximos anos para nos comunicar, viajar, pesquisar, trabalhar, namorar, que irão nos informar e até nos contratar.
A história recente nos mostrou que as startups que se tornaram Big Techs não tinham o grau de maturidade para entender o impacto profundo que provocaram na sociedade. Será que as AITechs terão?
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