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Web Summit 2023 – Rio: A construção do futuro com base em perguntas ainda sem respostas
Quando vivemos momentos tão transformadores, são as perguntas certas que nos movem
Estamos vivendo uma revolução da inteligência artificial ou uma revolução de user experience (experiência do usuário)? Qual trabalho a inteligência artificial automatiza? Falamos sobre a diferença entre vida real e vida virtual, mas a nossa vida não é real e virtual ao mesmo tempo? Como lidar com o fato que 99% dos produtores de conteúdo não conseguem gerar uma renda mínima a partir do seu trabalho?
Essas são somente algumas das perguntas que ouvimos e discutimos ao longo da última semana no Web Summit Rio, onde a Trillio participou como startup BETA. O evento, o primeiro Web Summit realizado fora da Europa, reuniu mais de 20 mil pessoas com um foco em trocas de experiências, conexões e conteúdo.
Muitos desses questionamentos ainda não têm respostas, e tá tudo bem! Quando estamos vivendo momentos tão transformadores, as perguntas certas têm o poder de nos mover, de nos instigar e provocar a pensar. E esse talvez seja o insight mais importante de todo o Web Summit: estamos entrando em uma fase de aceleração de mudanças com mais perguntas que respostas, que vai demandar de todos o desenvolvimento de competências como pensamento crítico, agilidade, ética, curiosidade e outras.
E falando sobre pensamento crítico, deixamos aqui abaixo alguns dos insights que ouvimos durante o Web Summit Rio sobre as perguntas do começo do texto, e um convite à reflexão: você concorda com eles? Que outras perguntas você pode fazer?
De acordo com a chief decision scientist do Google, Cassie Kozyrkov, não estamos vivendo uma revolução de inteligência artificial, mas, sim, uma revolução de UX. A IA está presente nas nossas vidas há anos, porém, ao invés de estar “escondida” do usuário nos algoritmos de recomendação e outras tecnologias, ela agora está evidente, abrindo a possibilidade que qualquer pessoa possa interagir e aprender. Para ela, estamos vivendo uma fase de aceleração da produtividade individual, o que abre muitas outras perguntas: como garantir justiça social quando muitas pessoas não têm acesso a essas ferramentas? Como olhar para além do indivíduo e resolver problemas da sociedade?
Ricardo Al Makul, founder e CEO da KES, falou sobre a necessidade de criarmos um vocabulário para lidar com o mundo que estamos vivendo, onde real e virtual são cada vez mais sinônimos. Da mesma forma que a internet trouxe termos que não existiam antes, onde o termo “dar um Google” pode ser encontrado no dicionário, essa era que estamos vivendo vai requerer um novo vocabulário.
O desafio de pensar em modelos de geração de renda para produtores de conteúdo foi um dos temas abordados por Sean Kim, da Kajabi. Ele afirmou que apenas 1% dos produtores de conteúdo de plataformas como YouTube, TikTok e outras conseguem gerar uma renda suficiente para sua sobrevivência. Ele trouxe exemplos da sua própria plataforma, a Kajabi, que, de acordo com seu site, “é uma plataforma de cursos online que permite desenvolver todas as atividades em um único site. Faz de tudo: cria cursos, comercializa-os e vende-os individualmente ou através de um sistema de adesão”. Esse comentário nos fez refletir sobre essa abundância excessiva de cursos on-line. Se 99% dos produtores de conteúdo estão vendendo cursos, haverá mercado para todos? Estamos vendo a criação de novos esquemas de pirâmide?
O Web Summit acabou, mas as reflexões e a busca constante por respostas e por novas perguntas estão apenas começando.
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