Web Summit 2023 – Rio: De investimentos inteligentes à IA, os desafios da tecnologia mais humana
Transformação eficiente passa por personalização e atendimento cada vez mais próximo ao cliente
Maior evento de tecnologia e inovação do mundo, o Web Summit marcou sua primeira presença na América Latina tendo o Brasil e a cidade do Rio de Janeiro como sede este ano. Foram quatro dias de evento com mais de 20 mil pessoas, incluindo 400 palestrantes, 974 startups de mais de 42 países, além, é claro, de investidores – segundo dados da organização foram mais de 506 investidores presentes.
A primeira edição do Web Summit no Brasil também foi a minha primeira edição participando do evento e, além de muitas conexões, informações sobre tendências e insights do mercado, pude perceber as preocupações e sugestões de investidores para o universo de startups nos próximos anos. Inteligência Artificial foi o tema central em quase todos os palcos, a grande preocupação e, mais do que isso, a grande chave para o crescimento do negócio é descobrir como podemos tê-la como uma aliada aos objetivos e ao crescimento dos negócios, sem ferir os pilares de privacidade e autenticidade.
Pensando no universo de fintechs, como a Kamino, e o mercado financeiro em geral, as apostas ficaram na personalização e no atendimento cada vez mais próximo ao cliente.
Ambiente de Investimento na América Latina
Enquanto os principais investidores comentaram sobre o ambiente de negócios no Brasil e na América Latina para os próximos anos, os fundadores e CEOs deixaram claro que estão em busca de investimentos cada vez mais inteligentes, o famoso “smart money“.
Por um lado, os gestores estão buscando retornos mais consistentes e investindo em setores com maior potencial de crescimento a longo prazo, como é o caso da Vox Capital. “O dinheiro para startup ficou mais criterioso e o valuation das empresas estão mais realistas. Não acabou o dinheiro, a gente voltou para uma racionalidade”, comentou o cofundador e CEO da gestora de venture capital que faz investimentos de impacto. Por outro lado, as startups estão se tornando mais exigentes na escolha de investidores. Elas estão buscando parceiros que ofereçam mais do que apenas capital, como conexões valiosas, experiência em gestão e suporte em áreas como marketing e desenvolvimento de produtos.
Inteligência Artificial
O grande tema abordado no evento foi a Inteligência Artificial, a famosa IA, e como ela afetará o mundo dos negócios. Eric Acher, Founder & Managing General Partner da Monashees, acredita que os próximos dez anos serão melhores que os últimos dez anos porque as tecnologias disruptivas são essenciais para o futuro. Na palestra Tendências de tecnologia de A a Z, Gabriel Vasquez, Partner na Andreessen Horowitz, discutiu o tema com André Miceli, Editor-in-Chief & CEO na MIT Technology Review Brasil. Gabriel também destacou a importância da melhoria da infraestrutura de empresas e a necessidade de esforço por operações melhores e mais eficientes.
A contrapartida, entretanto, veio da fundadora da Signal Foundation, Meredith Whitaker, que criticou a relação de startups com a inteligência artificial e as grandes empresas de tecnologia, destacando a importância de regulamentar a indústria de tecnologia para proteger os usuários. Ela afirma que muitas dessas empresas estão mentindo sobre sua capacidade de proteger a privacidade do usuário e, ao invés de criar inovações de AI, apenas repaginam as tecnologias das próprias Big Techs.
Incumbentes vs desafiantes
Já no segmento de fintechs, notou-se que tanto incumbentes como entrantes estão olhando para a inovação de uma forma cada vez mais séria. Do lado dos incumbentes, Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, e José Félix, presidente da Claro, enfatizaram a necessidade de se ter uma jornada de cliente personalizada, que atenda desde o cliente grande até o cliente pequeno para que ele tenha uma experiência única. A tecnologia é a chave, mas o toque humano é fundamental para que a transformação seja eficiente.
Do lado dos entrantes, Nik Storonsky, CEO da fintech britânica Revolut, anunciou a entrada no Brasil, para ele mercado-chave para a expansão da empresa para toda a América Latina. A empresa já obteve a autorização do Banco Central para atuar como instituição financeira no país e planeja oferecer serviços de conta corrente e de investimentos em breve.
O Web Summit Rio contou ainda com uma série de palestras, discussões e eventos, abrangendo temas diversos, como robótica, blockchain, criptomoedas e cibersegurança.
Em resumo, saí com a certeza de que é preciso ter o controle do que está acontecendo no negócio. Fundadores de sucesso que estão inovando e reinventando mercados possuem visão clara de onde querem chegar. E, ao mesmo tempo, os investidores com os quais conversei reforçam o que dizem nossos investidores: empreendedores bem preparados, ou seja, que conhecem seus números, sabem comunicá-los e organizam suas informações para um Due Diligence levantam mais recursos, 2-3x mais rápido e com maior valuation. Para isso, é preciso contar com uma plataforma inteligente, porém humana que entenda as necessidades do negócio e ao mesmo tempo possa trazer insights sobre a saúde financeira dele. É o que estamos desenvolvendo e buscando com a Kamino. Ao que tudo indica estamos no caminho certo, não é mesmo?
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