Web Summit 2023 – Rio: Você já não aguenta mais a Inteligência Artificial? Não deveria
É hora de entendê-la porque sua aplicação será inevitável
Se há um assunto em evidência hoje no mundo dos negócios é o da Inteligência Artificial. Em qualquer roda de conversa, o tema surge e gera discussões. Com tanto hype, era inescapável a IA estar em boa parte dos painéis no Web Summit Rio, um dos principais eventos de inovação, tendências e tecnologia do mundo.
Organizado pela primeira vez fora da Europa, a versão brasileira do WS está lotadíssima. Com palestras de cerca de 20 minutos, realizadas simultaneamente em palcos diferentes, o evento tem em seu DNA trazer temas provocadores, gerar reflexão e, claro, proporcionar conexões entre as dezenas de marcas participantes e patrocinadoras.
Ligeiras, as palestras cumprem a sua função de trazer os temas do momento para uma grande mesa-redonda. Painelistas nacionais e internacionais nos inspiram e nos reciclam.
Apesar do volume de conteúdos sobre IA que já circulavam pelas mídias em geral, confesso que cheguei ao Web Summit intrigada e curiosa para saber um pouco mais sobre essa tecnologia que tanto nos fascina e nos amedronta.
Não há nenhuma dúvida de que estamos vivendo a hype da Inteligência Artificial e que você mesmo já leu e interagiu com diversos conteúdos sobre ela. Mas, diferentemente do buzz do metaverso, já é possível vê-la com mais facilidade no nosso dia a dia.
Sobre IA, uma coisa parece clara: não se pode deixar essa tecnologia se desenvolver por conta própria sem qualquer consideração de regras que devemos adotar. A necessidade de interação humana é imprescindível, tanto para entender sua potência quanto para moderá-la (se é que isso será possível).
Meredith Whittaker, CEO da Signal, aplicativo de mensagens, deixou muito claro que apenas algumas organizações no mundo têm recursos necessários para criar Inteligência Artificial. Estão na lista as big techs, como Amazon, Microsoft e Google. É um mercado concentrado e sua preocupação é que a regulação sobre a tecnologia contemple mais o interesse público do que apenas o das grandes empresas do setor.
Meredith fez uma forte crítica ao uso indiscriminado do ChatGPT. Quem já a utilizou percebeu suas limitações. A ferramenta ainda comete muitos erros, pois parte dos dados usados para treiná-la vem de fontes nada confiáveis na internet, como fóruns de discussão. É nesse ponto que a interação humana é novamente exigida. Senso crítico será uma das chaves para o bom uso do sistema.
Fernando Machado, CMO da Notco, foodtech chilena focada em alimentos “plant-based”, trouxe duas novas campanhas publicitárias feitas com IA e afirmou que o modelo de negócio da NotCo está ancorado nessa tecnologia para o desenvolvimento de produtos. Embora seja um entusiasta, também alertou: a IA é uma ferramenta que pode melhorar o desempenho dos profissionais, mas não roubar seu trabalho.
Há pouco tempo, nossa agência de publicidade, a Tech&Soul iniciou a utilização da RAIN, ferramenta de inteligência artificial, para reforçar o time. O objetivo é ajudar na criação de novos insights, campanhas e todo o processo criativo. A RAIN está acessível a todo time de criação como uma aliada e parte do time. Não há a substituição de humanos, como diz Flávio Waiteman, sócio e CCO da Tech&Soul.
“A RAIN tem nos ajudado a criar insights e ver o trabalho sob pontos de vista completamente diferentes. É uma ferramenta poderosa, mas é uma ferramenta. Quem souber usá-la vai fazer a diferença“, afirma ele.
Se você é profissional de marketing, comunicação ou conteúdo e está um pouco cansado com tudo o que se tem falado sobre IA, não deveria. Não é hora de desistir da IA. É hora de entendê-la. Sua aplicação será inescapável.
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